Brasília – Depois de várias semanas, o mercado financeiro voltou a registrar uma pequena queda na sua expectativa em relação à inflação. Segundo a pesquisa que o Banco Central faz semanalmente entre bancos e empresas de consultoria, a estimativa do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2004 recuou de 6,02% para 6%. Apesar disso, o indicador ainda ficou acima dos 5,99% de quatro semanas atrás.
A queda ocorreu na mesma semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 16,50% ao ano, e em que ocorreram os primeiros desdobramentos da crise política envolvendo o nome do ex-subchefe de assuntos parlamentares do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz. As instituições também reduziram a previsão do IPCA deste mês (de 0,71% para 0,70%), de março (de 0,43% para 0,42%) e dos próximos 12 meses (de 5,69% para 5,64%). A expectativa para 2005 foi mantida pela trigésima terceira vez em 5%.
A pequena redução nas projeções do IPCA não foi suficiente, no entanto, para mudar a expectativa do mercado em relação aos juros. As instituições ouvidas na pesquisa mantiveram a previsão de redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, que, se confirmada, levaria a taxa para 16,25% ao ano. A previsão para o fim do ano, por sua vez, recuou de 13,80% para 13,75% ao ano. A estimativa para 2005 manteve-se em 12,50%.
Câmbio
Houve poucas mudanças no cenário traçado para o mercado de câmbio. Segundo a pesquisa, a projeção para a taxa de câmbio no final deste mês subiu de R$ 2,91 para R$ 2,92 por dólar e a previsão para o final de março aumentou de R$ 2,92 para R$ 2,93. Para o final do ano, a estimativa permaneceu em R$ 3,10 e, para o fim de 2005, a projeção recuou de R$ 3,28 para R$ 3,27.
Como já vinha se verificando nas pesquisas anteriores, o mercado continuou melhorando suas projeções para o superávit da balança comercial. A estimativa agora é de um saldo de US$ 20,9 bilhões em 2004 (US$ 20,7 bilhões na pesquisa anterior) e de US$ 19,25 bilhões em 2005 (US$ 19,20 bilhões). Apesar disso, as previsões para o déficit em conta corrente (balança comercial mais serviços) mantiveram-se em US$ 2 bilhões (2004) e US$ 4 bilhões (2005).
Houve melhora, também, na estimativa de ingresso de investimentos estrangeiros diretos. A previsão para 2004 subiu de US$ 12,05 bilhões para US$ 12,50 bilhões, ficando num valor mais próximo dos US$ 13 bilhões estimados pelo BC.