Mercado projeta inflação acima da meta em 2010

A estimativa para a inflação apresentou alta na pesquisa semanal Focus divulgada hoje pelo Banco Central (BC). No levantamento realizado junto a instituições financeiras, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010 subiu de 4,50% para 4,60%.

Assim, a previsão dos analistas ficou acima da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2011 permaneceu em 4,50%.

A estimativa para a inflação de janeiro também subiu. Para este mês, a previsão para o IPCA passou de 0,55% para 0,62%. O dado do IPCA de janeiro deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 5 de fevereiro. Para fevereiro, a estimativa de IPCA subiu de 0,53% para 0,60%.

A pesquisa Focus manteve a previsão de que a taxa básica de juros da economia (Selic) deve terminar 2010 em 11,25% ao ano. Para o fim de 2011, foi mantida a projeção de que a taxa Selic fique em 11% ao ano.

PIB e dólar

A estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2010 apresentou estabilidade. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano ficou em 5,30%.

Para 2011, a previsão para o PIB foi mantida em um crescimento de 4,50%. No levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2010 subiu 8% para 8,30%. Para 2011, houve alta de 4,70% para 4,80%.

Os analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2010 ficou em R$ 1,75. Para o fim de 2011, foi mantida a expectativa de que a cotação da moeda norte-americana fique em R$ 1,83. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2010 manteve-se em R$ 1,75.

O mercado financeiro alterou as previsões para o déficit nas contas externas em 2010. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano subiu de US$ 45,5 bilhões para US$ 47,5 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 55 bilhões para US$ 59,47 bilhões.

A previsão de superávit comercial em 2010 caiu de US$ 10,75 bilhões para US$ 10 bilhões. Para 2011, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de US$ 4,5 bilhões para US$ 2,8 bilhões.

Os analistas aumentaram ainda a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010, de US$ 37 bilhões para US$ 38 bilhões. Para 2011, a estimativa para o IED subiu de US$ 39,2 bilhões para US$ 40 bilhões.