Brasília (AE) – O mercado financeiro espera que a taxa básica de juros da economia brasileira chegue aos 12% em setembro de 2007, segundo apontou a pesquisa semanal Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). No levantamento anterior a taxa só seria alcançada em outubro do próximo ano.

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A Focus também registrou uma queda das estimativas de juros para junho de 2007, de 12,50% para 12,38% ao ano. Com a redução, o mercado financeiro passou a apostar na continuidade do processo de corte da Selic até outubro de 2007. Na pesquisa passada, os juros parariam de cair em junho e voltariam a se reduzir em julho. As previsões para a Selic no fim de 2007, entretanto, seguiram estáveis em 12% ao ano.

De acordo com os dados, a Selic de janeiro de 2007 deverá ficar em 13% ao ano. O percentual embute uma expectativa de que a taxa de juros cairá somente 0,25 ponto percentual na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no próximo ano.

Em contrapartida, as previsões de juros para o final do ano que vem das instituições Top 5 (as cinco instituições com maior índice de acerto das estimativas) caíram de 11,50% para 11,25% ao ano no cenário de médio prazo.

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A taxa de câmbio no fim deste ano deverá ser de R$ 2,15. Já para o final de janeiro de 2007, o câmbio deverá atingir R$ 2,16, segundo a pesquisa.

Inflação

As previsões do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2007 foram reduzidas após duas semanas de estabilidade. Os economistas das 100 instituições financeiras consultadas pelo BC apostam num IPCA de 4,09%, ante 4,10% estimado anteriormente. Para este ano, as projeções para o indicador, utilizado como referência para a meta de inflação do governo, caíram de 3,15% para 3,11%.

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Para as instituições Top 5, as apostas de IPCA em 2007 recuaram de 4,12% para 4%, após três semanas consecutivas de estabilidade. Nos dois casos, as previsões de IPCA estão abaixo da meta central de 4,50% também fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para o mês de dezembro, as projeções do IPCA seguiram estáveis em 0,45% pela segunda semana seguida.

O mercado financeiro reviu, para baixo, as apostas para o crescimento econômico do Brasil. As expectativas à expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caíram de 2,86% para 2,80% A nova redução deixou as estimativas ainda mais distantes dos 3,20% esperados pelo governo. Já as projeções de aumento da produção industrial em 2006 recuaram de 3,13% para 3,09%.

IGPs

As projeções do mercado financeiro para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deste ano caíram de 3,90% para 3,89%. A queda pôs fim a uma seqüência de cinco semanas seguidas de elevações destas previsões, que estavam em 3,67% há quatro semanas. Para 2007, as estimativas de variação do IGP-M ficaram estáveis em 4,30%. Há quatro semanas, estas expectativas se encontravam em 4,38%.

As estimativas de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (IPC-Fipe) em 2006 subiram, ao mesmo tempo, de 2,09% para 2,38%. Para 2007, as projeções de IPC da Fipe seguiram estáveis em 4% pela 11.ª semana seguida.

De acordo com a Focus, as apostas para a dívida líquida do setor público neste ano caíram de 50,17% para 50,10% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2007, as estimativas de dívida líquida do setor público continuaram estáveis em 49% do PIB. Há quatro semanas, estas projeções estavam em 49,10% do PIB.