Brasília
– Apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter aumentado a taxa básica de juros de 18% para 21% na semana passada, as projeções do mercado para a inflação deste e do próximo ano continuam pessimistas. A estimativa média para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IIPCA) de 2003 subiu de 5,85% para 6,62% na pesquisa semanal feita pelo Banco Central com um grupo de 100 instituições financeiras e empresas de consultoria. O novo porcentual já está acima do teto da meta estabelecida pelo governo para o próximo ano, que é de 6,5%.A projeção para 2002 também subiu, passando de 7,14%, na pesquisa da semana anterior, para 7,61%. A estimativa de IPCA para outubro aumentou de 0,56% para 0,71%. E a projeção para novembro foi elevada de 0,52% para 0,65%. Apesar da elevação da taxa Selic na semana passada, a projeção dos juros básicos para 2002 ainda ficou abaixo da taxa atual, embora tenha subido de 18% para 19,70%. A estimativa para a Selic para o fim de 2003 foi elevada de 15,50% para 16,25%.
O mercado financeiro também voltou a aumentar a estimativa da cotação do dólar no fim deste ano, já descrente em uma valorização acentuada da moeda brasileira. A projeção de mercado para a taxa de câmbio no fim de 2002 subiu de R$ 3,20 por dólar para R$ 3,40 e, para o fim de 2003, aumentou de R$ 3 25 para R$ 3,50. Com indicadores negativos para juros e dólar, a projeção do mercado para o crescimento do PIB em 2002 recuou de 1,31% para 1,25%; para 2003, a previsão caiu de 2,60% para 2 50%.
Quanto às contas externas, porém, o mercado está otimista. A projeção para o superávit da balança comercial de 2002 subiu de US$ 9,5 bilhões para US$ 10 bilhões e a estimativa para 2003 aumentou de US$ 12 bilhões para US$ 12,47 bilhões. Para o déficit em conta corrente, a estimativa deste ano caiu de US$ 14,40 bilhões para US$ 13,40 bilhões. Para o ano que vem, o recuo foi de US$ 12,57 bilhões para US$ 11,10 bilhões.
Essa melhoria na previsão das contas externas, no entanto, reflete apenas o melhor desempenho do comércio exterior. No que se refere ao ingresso de investimentos diretos estrangeiros na economia, a projeção de mercado para 2002 caiu de US$ 15,5 bilhões para US$ 15 bilhões. A estimativa para 2003 permaneceu em US$ 15 bilhões.