Depois de uma semana em que a cotação do dólar atingiu níveis recordes, fechando em R$ 3,87 na sexta-feira, o mercado financeiro demonstrou que não só acredita que a moeda brasileira irá se valorizar até o fim do ano, como espera uma cotação estável ao longo de 2003, já com o próximo presidente.
De acordo com a pesquisa semanal feita pelo Banco Central com um grupo de 100 instituições financeiras e empresas de consultoria, as previsões para a taxa de câmbio no fim de 2002 subiram de R$ 2,90 para R$ 2,98, ainda longe das recentes cotações. Para o fim de 2003, as previsões do mercado subiram de R$ 3,00 para R$ 3,03, pouco acima do valor esperado para o fim deste ano.
O mercado também deixou de acreditar que haverá uma queda nas taxas de juros até dezembro. As projeções para a taxa Selic no fim de 2002, que estavam estáveis há semanas em 17%, subiram para 17,31%, próxima da taxa atual de 18%. Para o próximo ano, porém, espera-se uma redução nos juros. As estimativas da taxa Selic permaneceram estáveis em 15%.
Acompanhando as projeções do próprio Banco Central, anunciadas hoje (30), o mercado elevou a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2002 de 6,64% para 6,76%. As perspectivas para 2003 ficaram estáveis em 5,50%. Quanto ao crescimento da economia, os bancos e financeiras permanecem pessimistas. As projeções para o crescimento do PIB em 2002 recuaram de 1,40% para 1,37% e para o crescimento do PIB em 2003 também caíram, de 2,80% para 2,70%.
Em relação à balança comercial, as expectativas estão acompanhando os números semanais apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento. A estimativa média para o superávit da balança comercial em 2002 subiu, de acordo com o levantamento, de US$ 7 5 bilhões para US$ 8,10 bilhões. Para 2003, as previsões subiram de US$ 9,0 para US$ 9,5 bilhões.
Da mesma forma, os bons resultados externos estão melhorando as estimativas para o déficit de conta corrente em 2002, que recuaram de US$ 16,7 bilhões para US$ 16 bilhões. Em relação a 2003, também recuaram, de US$ 15 bilhões para US$ 14 85 bilhões.
As projeções para o volume de investimentos diretos estrangeiros em 2002 caíram de US$ 16,15 bilhões para US$ 16 bilhões. As estimativas para o ingresso de investimentos diretos em 2003 ficaram estáveis em US$ 16 bilhões. As estimativas para o superávit primário do setor público em 2002 ficaram estáveis em 3,87% do PIB e para 2003 mantiveram-se em 3,75% do PIB.