Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Antenor Nogueira, da CNA: maior oferta, mais abates. |
São Paulo – Apesar de todas as dificuldades vividas pela pecuária de corte brasileira, com a redução de preços e o abate de matrizes, o rebanho bovino nacional deverá crescer este ano e chegar a 207,2 milhões de cabeças. A estimativa é do coordenador do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, que participou ontem do Congresso Internacional da Carne, em São Paulo. O número representa um crescimento de 1,22% em comparação com o rebanho do ano passado, que chegou a 204,7 milhões de cabeças.
Com a oferta maior de animais, o abate de bovinos também apresentará um crescimento. Segundo Nogueira, deverão ser abatidos até o final do ano cerca de 45 milhões de cabeças, um aumento de 1,35% em comparação a 2006. ?Como a renda da população não sofre alterações, todo esse aumento da oferta de animais e do abate deverão ser destinados ao mercado externo?, afirma Nogueira, ao lembrar que a taxa de abate do Brasil é uma das mais baixas entre os grandes produtores mundiais de carne.
Com uma taxa de abate de 21,72% do rebanho, a produção nacional de carne para 2007 está estimada pela CNA em 9,2 milhões de toneladas, volume 2,8% superior ao produzido no ano passado, de 8,95 milhões de toneladas. Desse total, 6,8 milhões de toneladas serão consumidas internamente, o que representa um tímido crescimento de 1,4% comparado a uma população do Brasil. ?As exportações deverão atingir a marca de 2,42 milhões de toneladas este ano, um crescimento de 10% ante o volume embarcado no ano passado?, disse Nogueira.
Apesar dos resultados positivos de aumento de oferta, Nogueira se mostrou preocupado com alguns desafios que o Brasil ainda precisa superar. Entre eles, a erradicação da febre aftosa, a efetivação dos acordos bilaterais e a abertura de mercados atualmente fechados para o Brasil. ?Representamos 27% do comércio internacional de carne, mas não participamos de 60% do mercado, que são países que ainda colocam restrições sanitárias à carne brasileira?, disse Nogueira.