Mercado mostra confiança e dólar fecha a R$ 3,73

O mercado endossou seu voto de confiança na transição presidencial e o dólar fechou, ontem, em baixa de 1,84%, vendido a R$ 3,73 e comprado R$ 3,725, cotação registrada pela última vez em 8 de outubro. Na semana, a moeda acumulou baixa de 3,61%. A queda da moeda norte-americana ganhou força no final dos negócios, quando a cotação caiu 2,1% para a mínima do dia, R$ 3,721. Já o risco Brasil cai 3,3% para 1.766 pontos.

Segundo operadores, os compradores de dólar registraram presença no mercado quase que somente durante a manhã, quando a moeda sustentou uma alta moderada e registrou a máxima de R$ 3,843 (alta de 1,13%). A pressão compradora foi exercida por empresas que tinham dívidas no exterior vencendo ontem – um total estimado em US$ 500 milhões pelo mercado, parte dos quais fora adquirida no decorrer da semana.

À tarde, continuaram operando quase que somente bancos e exportadores que precisavam aparar os excessos de dólar em seus caixas diante da previsão de queda da moeda após o segundo turno da eleição.

Os bancos começaram vendendo moeda durante a manhã e os exportadores engrossaram o movimento na etapa da tarde.

??Teria sido diferente se víssemos que os bancos estavam compradores durante a manhã, mas isso não aconteceu. Um começou a falar para o outro que o mercado estava vendedor, dando início a um movimento de bola de neve??, observou Miriam Tavares, diretora da corretora AGK.

A queda mais forte endossa, na antevéspera do pleito, o voto de confiança que o mercado depositou em um provável governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas para a eleição de domingo com dois terços das preferências.

Ainda há cautela, já que os investidores não passarão o fim de semana eleitoral “descobertos?? de eventuais surpresas. A vitória de Lula está totalmente embutida nos preços, mas os nomes que irão compor a equipe de governo, não.

O mercado reagiu bem aos nomes que têm circulado, todos sem confirmação, de possíveis membros da equipe petista de governo. Lula promete anunciar os nomes de sua equipe de transição já na segunda-feira, caso as pesquisas se confirmem.

Bolsa

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em alta de 2,20%, com o Índice Bovespa em 10.014 pontos. Desde 13 de setembro que o índice não fechava acima dos 10 mil pontos. O volume financeiro foi de R$ 573 milhões. A bolsa paulista subiu em quatro dos cinco pregões da semana e encerrou o período em alta de 10,9%.

O surpreendente otimismo do mercado financeiro com a transição de governo continuou como principal combustível das ordens de compra no mercado acionário brasileiro. Com o clima mais favorável, os investidores continuaram em busca de ações com preços depreciados e com bom potencial de valorização. Também as bolsas norte-americanas foram referência positiva para o mercado acionário, já que fecharam em alta superior a 1%.

Telemar PN, carro-chefe da bolsa, subiu 1,01%, abaixo da média do mercado. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores altas foram de Usiminas PNA (+8,2%) e Eletrobrás PNB (+7,1%). Já as quedas mais significativas ficaram com Net PN (-6,8%) e CSN ON (-3,9%). No acumulado do mês, a bolsa registra alta de 16,1%.

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