O mercado financeiro não alterou a estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2009 na pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central (BC). No levantamento, a previsão de variação do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em zero.
Para 2010, a previsão para o PIB melhorou, passando de um crescimento de 4,20% projetado na pesquisa anterior para uma expansão de 4,50% no relatório de hoje.
No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2009 segue negativa, mas teve discreta melhora, passando de uma queda de 7,25% para uma baixa de 7,24%. Para 2010, a projeção para o desempenho da indústria foi mantida em um crescimento de 6,00%.
Juros e inflação
A pesquisa Focus manteve a previsão de que a taxa básica de juros (Selic) deve terminar o ano nos atuais 8,75% ao ano. Para o final de 2010, aumentou a projeção para a taxa Selic, que antes era de 9,25% ao ano, para 9,50% ao ano na pesquisa divulgada hoje.
O mercado financeiro também reduziu a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009, de 4,31% para 4,30%. A previsão dos analistas se manteve abaixo da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA para o final de 2010 foi ampliada de 4,30% para 4,40%, ainda abaixo do centro da meta, que também é de 4,50% no ano que vem.
A estimativa para a inflação de curto prazo foi mantida. Para setembro, a previsão para o IPCA ficou em 0,25%. O dado do IPCA de setembro deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 8 de outubro. Para outubro, a estimativa de IPCA manteve-se em 0,30%.
Câmbio e contas externas
Analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2009 ficou em R$ 1,80, a mesma cotação esperada para o fim de 2010. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2009 manteve-se em R$ 2,01.
O mercado financeiro manteve as previsões para o déficit nas contas externas em 2009. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano ficou em US$ 15 bilhões. Para 2010, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 22,8 bilhões para US$ 23,6 bilhões.
A previsão de superávit comercial em 2009 subiu de US$ 25 bilhões para US$ 25,3 bilhões. Para 2010, a estimativa para o saldo da balança comercial permaneceu em US$ 18 bilhões.
Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa de IED permaneceu em US$ 30 bilhões.