O aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, não serviu para que os analistas financeiros reduzissem a expectativa de inflação para 2005. Para este ano, a meta de inflação oficial do governo é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro que irá perseguir uma inflação de 5,1%. Mesmo assim, as expectativas do mercado apontam para um IPCA de 5,7% para 2005, mesmo após a última elevação dos juros.
Na última quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) elevou de 17,75% para 18,25% a Selic. Foi a quinta elevação consecutiva. Até o final do ano, o mercado espera que a taxa recue para 16% ao ano, a mesma previsão da semana anterior. O BC eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, evita que a inflação saia do controle.
De acordo com o boletim Focus, realizado semanalmente pela autoridade monetária, as expectativas de inflação dos indicadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas) ficaram praticamente estáveis. A previsão do IGP-DI passou de 6,38% para 6,35% e a do IGP-M, de 6,48% para 6,36% em 2005.
Crescimento
Os analistas de mercado elevaram ligeiramente a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas em um país) para este ano. Na semana passada, era esperado que a economia brasileira crescesse 3,65%. Agora, a expectativa é de um aumento de 3,7%.
Entre janeiro e setembro do ano passado, o PIB cresceu 5,3% na comparação com o mesmo período de 2003.
A expectativa sobre o aumento da produção industrial foi mantida em 4,5%.
A projeção de superávit da balança comercial – resultado positivo da diferença entre as exportações e as importações – foi mantida em US$ 26 bilhões. Em 2004, a balança comercial registrou um superávit de US$ 33,696 bilhões, o que representa um crescimento de 35,9% em relação a 2003.
