Analistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central prevêem que a taxa básica de juros da economia, a Selic, subirá neste ano mais 0,75 ponto percentual. Hoje a Selic está em 16,75%, subirá para 17,25% em novembro e para 17,5% em dezembro. As previsões fazem parte do relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BC.
A trajetória de alta começou em setembro, quando os juros subiram de 16% para 16,25%, e se intensificou em outubro, quando houve alta para 16,75%. Até a semana passada, a expectativa do mercado era de que a taxa de juros fechasse o ano em 17%. A reavaliação foi feita após o BC divulgar a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) da reunião de outubro, que trouxe um tom pessimista sobre a inflação.
Para o IPCA – principal índice de inflação do País – os analistas fizeram uma pequena elevação na previsão para este ano. A expectativa passou de 7,18% para 7,20% e para 2005, ficou praticamente estável, 5,90% ante 5,89%. A meta é de 5,5% para este ano e de 4,5% para 2005. Em ambos os casos, a margem de tolerância é de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A expectativa para o crescimento da economia, assim como a inflação, foi mantida.
Para este ano, os analistas consultados prevêem um crescimento de 4,56%. No entanto, para o ano que vem, a expectativa de aumento do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país) é menor, 3,5%.
A projeção de superávit da balança comercial – resultado positivo da diferença entre as exportações e as importações – sofreu uma pequena correção na previsão deste ano, passando de US$ 32,63 bilhões para US$ 32,95 bilhões. Para 2005, os analistas esperam um saldo positivo de US$ 27 bilhões na balança comercial.
Para o dólar, os analistas prevêem que a moeda norte-americana irá terminar o ano cotada a R$ 2,95. No ano que vem, ela deverá chegar, segundo a pesquisa, a R$ 3,10 em dezembro.