O mercado financeiro reduziu a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2009 de 5% para 4,8%, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central. Há quatro semanas, analistas esperavam alta de 5,02% para o índice oficial de inflação. Com a redução registrada nesta pesquisa, a estimativa do mercado para o IPCA se aproxima do centro da meta de inflação para este ano, que é de 4,5%. Para 2010, analistas mantiveram a estimativa de alta de 4,5%.

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A pesquisa Focus também mostra que analistas estão cada vez mais confiantes que o processo de desaperto monetário que deve começar nesta semana será mais forte e prolongado que o previsto há algum tempo. No levantamento, aumentou a previsão de corte da taxa Selic (juro básico da economia brasileira) no decorrer do ano de 2 para 2,50 pontos porcentuais. Com isso, a expectativa para o patamar do juro no fim do ano caiu de 11,75% para 11,25% ao ano. Há um mês, essa previsão estava em 12,25%, o que indicava expectativa de redução de 1,50 ponto porcentual.

Na pesquisa, analistas mantiveram a previsão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir a Selic em 0,50 ponto na reunião que começa amanhã e termina no início da noite de quarta-feira. Com isso, a taxa deve cair para 13,25% ao ano nesta semana. De acordo com a avaliação do mercado, o processo de redução dos juros deve terminar apenas em julho, quando o último corte de 0,50 deve ser feito. Até a semana passada, a expectativa era que os cortes deveriam terminar em junho.

Câmbio e PIB

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No levantamento realizado com cerca de 80 instituições financeiras, a previsão para a taxa de câmbio no fim de 2009 permaneceu em R$ 2,30 por dólar. Há um mês, a estimativa estava em R$ 2,20. Para o fim de 2010, a previsão subiu de R$ 2,25 para R$ 2,28.

A estimativa de crescimento da economia brasileira em 2009 não sofreu alteração na pesquisa Focus divulgada hoje. A previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) seguiu em 2%. Há quatro semanas, a previsão era de expansão econômica de 2,40%. Para 2010, a tendência foi contrária e a estimativa subiu de 3,80% para 3,90%, ante 3,85% de um mês atrás.

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No mesmo levantamento, a estimativa de expansão do setor industrial em 2009 diminuiu significativamente, de 2,50% para 2,15%, ante estimativa de 3% de um mês atrás. Para 2010, a previsão subiu de 4,20% para 4,30%, ante 4,10% de quatro semanas antes.

Analistas reduziram a estimativa para o nível da relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) de 37% para 36,75% em 2009. Para 2010, a previsão manteve-se em 35,30%. Há um mês, o mercado esperava 37% e 35,45% em cada ano, respectivamente.

Contas externas

O mercado financeiro não alterou as previsões para o déficit nas contas externas em 2009. A projeção para o déficit neste ano manteve-se em US$ 25 bilhões pela terceira semana, abaixo da expectativa de US$ 29 bilhões registrada há um mês. Para 2010, a previsão de déficit caiu de US$ 30 bilhões para US$ 29,6 bilhões, ligeiramente inferior aos US$ 30,3 bilhões previstos há quatro semanas.

Na pesquisa, a previsão de superávit comercial em 2009 manteve-se em US$ 14,5 bilhões, ante estimativa de iguais US$ 14,5 bilhões registrada quatro pesquisas antes. Para 2010, a estimativa para o saldo comercial caiu de US$ 13,35 bilhões para US$ 13 bilhões, acima dos US$ 12,90 bilhões previstos há um mês.

Analistas também reduziram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009, de US$ 23,81 bilhões para US$ 23 bilhões. Para 2010, a estimativa manteve-se em US$ 25 bilhões. Quatro pesquisas antes, o mercado esperava, respectivamente, ingresso de US$ 22 bilhões e US$ 25 bilhões em cada um dos anos.