A Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto porcentual, firmou o compromisso do Banco Central (BC) de “agir vigorosamente” e por quanto tempo for necessário para levar a inflação de volta à meta de 4,5% em 2009. O mercado entendeu o recado. Analistas já contam com mais uma alta de 0,75 ponto em setembro.
O documento aponta vários fatores para justificar a elevação da Selic para 13% ao ano, ocorrida em julho, mas ressalta o descompasso entre oferta e demanda nos mercados doméstico e internacional e relativiza a desaceleração de alguns índices, que ainda poderão ser afetados pela alta de preços no atacado, que ainda deve ser repassada ao varejo.
“A política monetária deve atuar vigorosamente, enquanto o balanço dos riscos para a dinâmica inflacionária assim o requerer, por meio do ajuste da taxa básica de juros”, diz o BC. A estratégia adotada pelo Copom confirma que o objetivo é “trazer a inflação de volta à meta central de 4,5%, tempestivamente, isto é, já em 2009”.
A ata levou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, a elevar a previsão para os juros no fim do ano de 14,25% para 15,25% anuais. Para ele, o BC deve aumentar o juro em 0,75 ponto em cada uma das três últimas decisões do ano – setembro, outubro e dezembro deste ano. Em relatório, ele sustenta a previsão ao lembrar que a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 está em 5% e em alta. Já a LCA Consultores acredita em alta de 0,75 ponto em setembro e em 0,50 ponto em outubro e dezembro.
Para o economista Francisco Pessoa Faria, esse aumento adicional de 1 75 ponto até dezembro será suficiente para levar o IPCA para 4 6% em 2009. “O preço será a desaceleração da economia, que deve crescer em torno de 3,3% em 2009.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.