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Mercado interno salva as indústrias paranaenses

Com as exportações em baixa no primeiro trimestre, as indústrias paranaenses focaram no mercado interno e conseguiram avançar 2,61% no período, na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

O índice foi divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e apontou um crescimento de 7,16% nas vendas, no confronto com o terceiro mês de 2009, e 22,04% em março, sobre fevereiro.

O salto em relação a fevereiro foi o segundo melhor desempenho para o mês na série histórica da pesquisa, iniciada em 1986. De acordo com o levantamento da Fiep, o mercado interno foi o que puxou a expansão da indústria, entre janeiro e março deste ano.

Enquanto, no período, as vendas para o exterior caíram 19,61%, na comparação com o mesmo período de 2009, as vendas para o mercado paranaense aumentaram 9,71%, e para outros estados, avançaram 18,14%.

O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, afirmou que o desempenho da indústria do Estado, este ano, deve ter desempenho próximo ao de 2008. Assim, o setor conseguiria zerar as perdas do ano passado, quando as vendas recuaram 5,77%.

A pesquisa da Fiep mostra que as vendas de março já superaram o nível observado antes da crise econômica, crescendo 6,8% em relação a março de 2008. Porém, no acumulado no primeiro trimestre, as vendas ainda são 6% menores que no mesmo período, há dois anos.

Para Schmitt, uma previsão de resultado da indústria do Estado, este ano, ainda depende da confirmação dos números da safra. Também haverá, segundo ele, forte influência da evolução do volume de crédito e do número de parcelas para a aquisição de veículos, além de impacto vindo da construção civil, devido aos incentivos do governo federal ao setor.

Segmentos

A indústria automotiva, que em março ainda se beneficiava da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), vendeu, em março deste ano, 40,93% mais que no mesmo mês do ano passado.

Mas segmentos como a metalurgia básica (88,38%), couros e calçados (46,56%) e máquinas e equipamentos (42,23%) tiveram índices melhores. No trimestre, os maiores avanços foram em couros e calçados (86,63%), metalurgia básica (62,16%), e borracha e plásticos (49,77%).

Por outro lado, quatro áreas venderam menos que em março de 2009, sendo que a de edição e impressão (-24,48%) teve a queda mais significativa. O segmento também foi o que mais recuou no primeiro trimestre: -25,94%. Produtos químicos (-13,20%) e madeira (-7,74%) vieram em seguida.

De acordo com Schmitt, as melhores vendas de máquinas e equipamentos são um dos indicadores de que a indústria está voltando a investir. Outro fator são as importações de bens de capital, cujo volume cresceu 36% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2008.

Para a Fiep, os investimentos ajudam a sustentar a ocupação da capacidade da indústria, que ficou em 80% em março um ano antes, a taxa era de 75%, e em março de 2008, de 79%. No mesmo embalo, o nível de emprego também aumentou: 1,33% no mês, e 1,78% no trimestre, ambos na comparação com iguais períodos de 2009.