O mercado imobiliário residencial mostrou aumento dos lançamentos e das vendas no ano passado no País, de acordo com balanço publicado nesta segunda-feira, 25, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Os lançamentos em 2018 somaram 98,562 mil unidades, alta de 3,1% ante 2017. Por sua vez, as vendas somaram 120,142 mil unidades, crescimento de 19,2%.
Na comparação entre o quarto trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, segundo a pesquisa, os lançamentos atingiram 34,939 mil unidades, queda de 9,0%, enquanto as vendas alcançaram 34,378 mil unidades, avanço de 4,4%.
O balanço abrange os dados de 23 capitais e regiões metropolitanas.
Estoque baixo
O estoque de imóveis residenciais novos (na planta, em obras e recém-construídos) chegou a um nível considerado baixo, que pode gerar escassez de oferta em um futuro próximo, de acordo com avaliação do presidente da CBIC, José Carlos Martins. “O estoque atual equivale a 11 meses de venda. Isso já representa uma preocupação de falta de produtos para venda no futuro”, comentou, durante coletiva de imprensa.
Segundo balanço divulgado pela CBIC, o estoque de imóveis no País atingiu 124.028 unidades no fim de 2018, queda de 10,8% em comparação com o fim de 2017, quando estava em 143.903 unidades – o equivalente a 13 meses de vendas. Há dois anos, a oferta somava 161.803 unidades, o que mostra um forte decréscimo de lá para cá.
A redução do estoque resultou de um volume de lançamentos inferior ao das vendas nos últimos anos no mercado imobiliário nacional. Com a crise, as incorporadoras se concentraram em desovar as unidades no estoque em vez de iniciar novos projetos. Atualmente, o estoque é formado por 25% de unidades na planta, 45% em obras e 30% de prontos.
Projeções
A CBIC prevê que os lançamentos e as vendas no mercado imobiliário de médio e alto padrão – financiados com recursos da caderneta de poupança – cresçam na ordem de 20% a 30% em 2019 frente a 2018. Já o segmento de moradias populares, dentro do Minha Casa Minha Vida, permanece incerto, diante das restrições de financiamentos.
O crescimento em parte do mercado reflete o aumento da confiança de empresários e consumidores diante da recuperação da economia brasileira, somado a um cenário de manutenção da inflação e dos juros baixos, segundo Martins. Além disso, o tamanho atual do mercado ainda é menor do que de anos atrás, antes dos impactos da crise. “Estamos muito animados com o mercado neste ano”, afirmou.
Martins disse que as expectativas de recuperação do mercado não dependem tanto da aprovação da Reforma da Previdência. “O mercado cresceu no ano passado, mesmo sem reforma. Não tem relação direta. Mas é claro que, se a reforma passar, vai gerar um clima mais positivo como um todo para a economia brasileira e para o mercado imobiliário”.