Na primeira pesquisa Focus realizada pelo Banco Central (BC) após a divulgação dos dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção do mercado financeiro para a inflação oficial em 2012 caiu de 5,27% para 5,06%, na segunda redução consecutiva.

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Segundo o levantamento divulgado nesta segunda-feira, a estimativa para 2013, porém, não foi alterada e a mediana das previsões para o IPCA seguiu em 5,50%. Há um mês, o mercado previa altas de 5,27% em 2012 e de 5,50% em 2013.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções na pesquisa do BC, o chamado top 5, a previsão para o IPCA em 2012 teve queda ainda mais forte e recuou de 5,27% para 4,82%. Para 2013, o grupo manteve a previsão de alta de 5,10% para a inflação oficial no próximo ano. Quatro semanas atrás, esse grupo esperava altas de 5,30% e de 5,00%, respectivamente, em cada ano.

Já a projeção suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses foi em tendência contrária e subiu de 5,40% para 5,44%, ante 5,36% previstos há quatro semanas. Também entre todos os analistas ouvidos pela pesquisa Focus, a mediana das previsões para o IPCA em abril deste ano subiu ligeiramente de 0,50% para 0,51%, ante 0,50% há um mês.

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Juros

O mercado financeiro não alterou as previsões para o comportamento do juro na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira. O levantamento mostra que analistas mantiveram a previsão de que o ciclo de alívio monetário deve acabar na próxima reunião, em 17 e 18 de abril.

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Para o encontro deste mês, a mediana das expectativas para a taxa Selic seguiu em 9% ao ano – o que indica expectativa de novo corte de 0,75 ponto porcentual, já que atualmente o juro básico é de 9,75% ao ano. A partir daí, economistas esperam manutenção do juro básico da economia brasileira em 9% até o fim do ano.

Para 2013, analistas mantiveram aposta na volta do aumento do juro para conter a inflação, com a Selic em 10% no fim do próximo ano. As duas estimativas são repetidas há quatro semanas.

A pesquisa mostra ainda manutenção das expectativas para o juro médio neste ano em 9,28%. Para 2013, foi reduzida a previsão de Selic média de 9,90% para 9,88%. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 9,38% em 2012 e de 10% no ano que vem.

PIB

Após semanas de piora das estimativas para o desempenho da economia brasileira, a pesquisa Focus não trouxe alteração nessas projeções. A projeção dos analistas do mercado para o crescimento da economia em 2012 seguiu em 3,20%. Para 2013, a aposta manteve-se em 4,20%. Um mês antes, as estimativas eram de expansão de 3,30% neste ano e de 4,20% no próximo ano.

 

Também não foram alteradas as expectativas para a produção industrial. Para 2012, segue a projeção de que o setor deve crescer 2%. Para 2013, economistas preveem ritmo maior, com avanço de 4%. Um mês antes, a pesquisa apontava estimativa de 2,27% neste ano e de 4,20% no próximo ano.

 

Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 36,50% para 36,35%. Para 2013, a projeção foi mantida em 35%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 36,20% e 34,65% do PIB para cada um dos dois anos.

Câmbio

Analistas do mercado financeiro elevaram mais uma vez a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. A pesquisa Focus mostra que a mediana das estimativas para o preço da moeda estrangeira no fim de 2012 subiu de R$ 1,77 para R$ 1,78, na terceira alta consecutiva. Para o fim de 2013, foi mantida a expectativa de taxa de câmbio em R$ 1,80. Há um mês, analistas previam dólar a R$ 1,75 no fim de 2012 e também no encerramento de 2013.

 

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão de que a taxa média de câmbio seguirá em R$ 1,77 em 2012. Para o próximo ano, segue a estimativa de que o dólar médio será de R$ 1,78. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,74 em 2012 e em R$ 1,75 no próximo ano.

Balanço de pagamentos

O mercado financeiro manteve a previsão de déficit em transações correntes do Brasil em 2012. A pesquisa mostra que a mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente neste ano seguiu em US$ 69 bilhões, ante rombo esperado de US$ 68 bilhões há um mês.

Para 2013, a previsão de déficit nas contas externas aumentou de US$ 70,50 bilhões para US$ 71 bilhões. Quatro semanas antes, analistas esperavam déficit em transações correntes de US$ 70 bilhões no próximo ano.

Na mesma pesquisa, economistas mantiveram a estimativa de superávit comercial de US$ 19 bilhões em 2012 pela segunda semana seguida e de US$ 15 bilhões em 2013 pela sétima pesquisa consecutiva.

 

A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, em 2012 diminuíram ligeiramente, de US$ 55,37 bilhões para US$ 55 bilhões. Para 2013, em tendência contrária, a expectativa de ingresso de IED avançou de US$ 55 bilhões para US$ 56,4 bilhões. Há um mês, analistas esperavam ingresso de US$ 55 bilhões em 2012 e US$ 58,35 bilhões no próximo ano.