São Paulo – O resultado positivo da produção industrial de junho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira, fará com que o mercado financeiro revise as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre em relação ao primeiro, que será divulgado no último dia deste mês.
Em junho, o setor cresceu 1,6% na comparação com maio e 6,3% em relação ao mesmo mês de 2004. ?O resultado veio dentro do esperado, mas acentuou as direções de outros resultados?, comentou o economista da Tendências Consultoria Integrada, Guilherme Maia, destacando que, desta vez, o resultado foi fortemente influenciado pela indústria de transformação, conforme tinham sinalizado os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Maia projetava que o PIB do segundo trimestre cresceria 1% em relação aos três meses anteriores, mas informou que revisará o número para cima. Para o ano, no entanto, ele deve manter a estimativa porque espera uma desaceleração da atividade no terceiro trimestre e nova recuperação no último.
Para a formação bruta de capital fixo, o economista prevê um crescimento de 4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2004, com crescimento na margem de 5%.
A economista da Modal Asset Management, Carla de Castro Bernardes, também informou que corrigirá para cima a projeção para o PIB do segundo trimestre, atualmente em 1,2%. ?Vou revisar para cima com certeza?, afirmou. Ela salientou, no entanto, que uma mudança para o número do final do ano, se ocorrer, será marginal.
A maior surpresa, de acordo com Carla, com os números divulgados pelo IBGE foi a revisão dos dados de maio para cima. ?Verificamos que mesmo com o ajuste de maio, a produção cresceu bem em junho, com o setor de bens duráveis seguindo como destaque?, disse. De acordo com ela, apesar de os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para julho divulgados ontem não terem sido positivos, Carla não acredita que esta seja uma tendência do setor.
No Unibanco, a economista Giovanna Rocca também incrementará a perspectiva de que o PIB crescerá 1% no segundo ante o primeiro trimestre. ?O dado foi muito positivo, mostrando um crescimento forte?, considerou. Ela informou ainda que não revisará a estimativa de crescimento de 2,2% da média trimestral móvel do segundo trimestre ante os três meses anteriores. ?Vou fazer uma sintonia fina?, afirmou, explicando que esta mudança não interferirá na perspectiva de que o PIB crescerá 3% este ano.
