Mercado esquece boatos; bolsa sobe, dólar estabiliza

O dólar comercial sofreu volatilidade ontem, mas acabou fechando praticamente estável, cotado a R$ 2,932 na compra e R$ 2,934 na venda (alta de 0,06%). O Banco Central voltou a ficar ausente do mercado, contribuindo para a estabilidade também no acumulado da semana. Em toda a semana, o BC comprou dólares apenas na quarta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 4,16%, movimento de R$ 1,331 bilhão e 21.968 pontos.

São Paulo (AG) – Depois de registrar perdas durante todo o dia, o C-Bond chegou ao final da dia valendo 96,31% do seu valor de face, com valorização de 0,06%. O risco-país marcava 551 pontos-base, com aumento de 13 pontos (+2,41%).

A semana foi marcada pelo mau humor dos investidores, que mantiveram as dúvidas quanto aos juros no Brasil e Estados Unidos. O Federal Reserve havia sinalizado com uma alta dos juros no médio prazo, o que causou estragos nos mercados emergentes. Ontem esse temor diminuiu, com a divulgação de dados sobre emprego nos EUA, que ficaram abaixo do esperado.

Por aqui, o pessimismo ainda foi gerado pela ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que demonstrou temor de uma aceleração prolongada da inflação. O ambiente melhorou na quarta-feira, quando a Fipe anunciou uma desaceleração da inflação em janeiro.

Como se não bastasse o clima de incertezas, o mercado foi invadido por rumores sobre a permanência do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, à frente do cargo. Mesmo com os desmentidos do governo, o clima de especulação ainda persiste entre grandes investidores. Um dos eventos mais aguardados do dia foi a reunião ministerial realizada em Brasília, que contou com a presença de Meirelles.

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com pequenas oscilações nesta sexta-feira. Nos vencimentos mais longos houve leve alta das taxas. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2005, o mais negociado, projetou taxa anual de 15,59% no último negócio, contra 15,57% do fechamento de ontem. O DI de julho deste ano, segundo mais líquido, ficou em 15,94% anuais, frente aos 15,95% do fechamento anterior.

A notícia de maior relevância para o mercado de juros ontem foi o crescimento de 0,3% da produção industrial de 2003, com destaque para a queda de 1% em dezembro. A taxa anual é a menor desde 99, indicando necessidade de maior incentivo ao aquecimento econômico, o que inclui redução de juros.

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