Mercado espera novo reajuste da gasolina

O mercado de combustíveis já trabalha com a hipótese de um novo reajuste nos preços de gasolina e diesel, que seria o primeiro do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo especialistas no mercado internacional, os preços dos derivados no Brasil já apresentam defasagens superiores a 10% sobre as cotações internacionais do produto, o que justificaria uma alta no País. A alta do dólar e do preço dos derivados na última semana são as causas da diferença.

Cálculos feitos por uma trading internacional demonstram que o preço da gasolina no Golfo Americano – parâmetro internacional – está em torno de R$ 1,54 por litro, enquanto a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, vende o litro da gasolina, sem impostos, a R$ 1,32. Os valores estão acrescidos dos R$ 0,5011 da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o imposto federal sobre os combustíveis, e mostram uma defasagem de 16,6%.

No caso do diesel, a defasagem é de 12,5%. A Petrobras vende o litro do produto, já com Cide, a R$ 1,04 enquanto a cotação americana atinge R$ 1,17 por litro (também acrescida do imposto). Executivos do setor lembram que uma diferença superior a 10% justifica reajustes, mas ainda não sabem qual será a direção do governo Lula com relação à política de preços dos combustíveis.

Ontem, o diretor-financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, teria indicado, em encontro com analistas, que a estatal, em caso de guerra no Iraque, pode não repassar todo impacto da disparada do petróleo ou do dólar para o preço da gasolina.

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