Mercado espera nova alta para a Selic

Uma nova alta de 0,50 ponto percentual no juro básico da economia. Essa é a expectativa do banco ABN Amro Real para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quarta-feira (19). Essa previsão coincide com o consenso do mercado apontado no último boletim Focus. Esse seria o quinto aumento consecutivo da taxa Selic, fixada atualmente em 17,75%, o nível mais alto desde novembro de 2003. Para o ABN, o juro precisa subir de novo para fazer a inflação convergir para a meta perseguida pelo Banco Central.

Mas o ABN prevê redução do juro em breve. "É bem provável que no segundo semestre tenhamos a retomada do processo de corte da taxa de juros, que deverá encerrar 2005 em 16,50% ao ano", cita o seu departamento econômico, em nota.

Para justificar essa previsão otimista, o banco cita que "haverá um recuo inflacionário importante com o desaquecimento da economia mundial e da economia brasileira, que deverão entrar em ritmo mais lento de expansão".

Por enquanto, segundo o ABN, a inflação permanece "não compatível" com a meta de 2005 em um momento de "robustez da atividade econômica". Ou seja, na visão do banco, a economia precisa desaquecer com juro mais alto, fazendo as expectativas do mercado para inflação se ajustarem ao patamar perseguido pelo BC.

Segundo o último boletim Focus, o mercado espera que a inflação deste ano, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 5,67%, acima da meta ajustada de 5,1% estabelecida pelo BC.

Mas representantes do setor produtivo e sindicalistas contestam a necessidade de novas altas do juro. Justificam que o que mais pressiona a inflação é o grupo dos chamados "preços administrados", como tarifas públicas.

Além disso, juro elevado inibe o crédito, o consumo, o investimento na produção e a criação de empregos. Para parte do setor financeiro, o aumento da Selic é favorável, pois eleva a remuneração com títulos públicos e outras aplicações de renda fixa que compõem boa parte do patrimônio dos bancos.

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