Os analistas do mercado financeiro fizeram uma pequena correção para baixo na previsão de inflação para 2005 e já esperam para março a redução no ritmo de alta dos juros. A edição de ontem do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central a partir de consultas aos agentes do mercado, informa que a expectativa em relação ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano passou de 5,74% para 5,70%.
Apesar da redução, a previsão continua acima do objetivio de inflação perseguido pelo BC neste ano, que é de 5,1%. O receio de que a inflação saia do controle é o principal motivo para o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevar as taxas de juros. A taxa básica da economia, a Selic, está em 18,75%, após seis elevações consecutivas.
Ao contrário do que aconteceu nas últimas reuniões, quando os juros subiram 0,5 ponto percentual, o mercado espera que em março o Copom eleve a taxa em 0,25 ponto percentual, para 19%.
Os aumentos de juros ajudam a frear o consumo e os investimentos, o que, em tese, torna mais difícil para empresários elevar preços de bens e produtos.
A previsão para a taxa de juros até o final do ano é que ela caia para 17% ao ano. Na previsão anterior, os analistas previam um recuo para 16,78% ao ano até dezembro.
A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país) foi mantida em 3,7%. Para o ano que vem, a expectativa recuou de 4% para 3,7%.
Em relação ao comércio exterior, os analistas prevêem um superávit comercial – saldo positivo entre exportações e importações – de US$ 26,5 bilhões, mesmo valor da semana anterior.