O mercado aumentou o pessimismo em relação ao comportamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano e elevou suas projeções de 6,76% para 6,91%, na pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central (BC) com um grupo de 100 instituições financeiras e empresas de consultoria. A piora contínua das estimativas vem sendo relacionada pelo BC à depreciação da taxa de câmbio ocorrida nos últimos dias em razão das incertezas sobre os resultados eleitorais e do cenário internacional.
As projeções do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2002 subiram de R$ 2,98 para R$ 3,08, segundo a pesquisa, e as estimativas para 2003 passaram de R$ 3,03 para R$ 3,05. A mesma tendência de alta atingiu as previsões de inflação de 2003, que subiram na pesquisa divulgada hoje (7) de 5,50% para 5,53%, afastando-se ainda mais do centro da meta de inflação de 4%.
O mercado demonstrou que acredita que o governo vai conseguir manter a principal meta do novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). As estimativas para o superávit do setor público em 2002 subiram de 3,87% do PIB para 3,88% do PIB, alcançando a meta acordada. A estimativa de superávit primário para 2003 ficaram estáveis em 3,75% do PIB, também a meta prevista.
O humor do mercado diante das constas externas continua melhorando. As projeções para o déficit em conta corrente de 2002 foram reduzidas de US$ 16 bilhões para US$ 15,25 bilhões. Para 2003, também foram revisadas, de US$ 14,85 bilhões para US$ 13,90 bilhões. Já as previsões para o superávit da balança comercial em 2002 subiram de US$ 8,10 bilhões para US$ 8,90 bilhões. Para 2003, foram elevadas de US$ 9,5 bilhões para US$ 11 bilhões.
Em contrapartida, as projeções de investimento direto estrangeiro para 2003 foram reduzidas de US$ 16 bilhões para US$ 15,45 bilhões e para este ano ficaram estáveis em US$ 16 bilhões.