Brasília – A expectativa do aumento da meta de superávit primário para as contas públicas neste ano já se refletiu nas projeções feitas pelo mercado financeiro. A pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) entre instituições financeiras e empresas de consultoria identificou uma elevação de 0,05 ponto percentual na projeção média feita pelo mercado para a economia que o governo deverá fazer em 2003 para o pagamento de juros da dívida, o chamado superávit primário.

A projeção média do mercado é de que o superávit de 2003 será equivalente a 3,90% do Produto Interno Bruto (PIB). Na pesquisa anterior, a estimativa era de 3,85% do PIB. A meta em vigor no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é de 3 75%, mas o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, já adiantou que ela será ampliada. Mas o novo percentual só deverá ser conhecido quando Palocci retornar da Europa, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Membros da equipe econômica já adiantaram que a nova meta será superior a 4% do PIB. Para 2004 a projeção do mercado manteve-se em 3,75%.

Em termos nominais, quando são incluídos nas contas, além das receitas e despesas normais, também os gastos com juros, a expectativa do mercado ficou inalterada. A projeção média é de um déficit nominal de 3,30% do PIB em 2003, e de 3% em 2004.

Inflação

O mercado também aumentou mais uma vez sua projeção da inflação de 2003. Na pesquisa divulgada ontem, a estimativa média para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu de 11,19% para 11,34%. Para janeiro, a expectativa é de que o índice, que é utilizado pelo governo no programa de metas de inflação, registre uma alta de 1,85%, ante 1,80% projetado na pesquisa anterior. Para fevereiro e para o ano de 2004, foram mantidas as projeções anteriores, de 1,08% e 8%, respectivamente.

Os agentes consultados pelo BC também fizeram algumas alterações com relação à taxa de câmbio e à projeção de juros básicos para o fim de 2004. A taxa de câmbio deverá fechar o próximo ano em R$ 3,77 por dólar. Na pesquisa anterior a estimativa era de uma taxa de R$ 3,74. No caso dos juros, os agentes elevaram de 16,72% para 16,95% ao ano a estimativa média da taxa Selic no final de 2004. Para 2003 as estimativas se mantiveram: câmbio de R$ 3,60 por dólar e Selic em 20%, no fim do ano. Atualmente a Selic está em 25,5% ao ano.

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