Mercado eleva projeção de inflação

Poucos dias após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) indicar novas elevações da taxa básica Selic e manutenção dos juros em níveis altos por mais tempo, os economistas dos bancos elevaram a estimativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado no sistema de metas do governo. Como a pesquisa divulgada ontem foi encerrada na sexta-feira e a ata foi divulgada na quinta, para alguns analistas a ata pode ainda não ter influenciado o relatório do mercado elaborado pelo BC. A expectativa de inflação acima da meta estabelecida pelo BC é um dos motivos para o Copom elevar a taxa básica de juros da economia. A taxa está em 18,25% ao mês, após alta de meio ponto percentual em janeiro, a quinta elevação seguida.

Segundo pesquisa do BC com cerca de cem instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro esperam inflação de 5,74% em 2005 (há uma semana a estimativa era de 5,70%), acima, portanto, da meta que o BC persegue este ano, que é de 5,1%. Para o ano que vem, o prognóstico se mantém em inflação de 5%, pela 37.ª semana seguida.

Para alcançar este objetivo (a meta de inflação de 5,1%) , os analistas dos bancos já estão apostando que o Copom fará uma elevação de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião de fevereiro. A projeção para a taxa Selic na pesquisa de mercado do BC subiu de 18,25% (há uma semana) para 18,50% na pesquisa divulgada hoje. Os analistas ouvidos pelo BC também elevaram a estimativa para a taxa Selic no fim do ano: de 16% para 16,5%.

Para a inflação em janeiro, a estimativa dos bancos foi reduzida ligeiramente, de 0,61% para 0,60%. Para fevereiro subiu de 0,60% para 0,65%.

O prognóstico para o câmbio no fim de 2005 manteve-se em R$ 2,9 e, para o ano que vem, subiu de R$ 3,08 para R$ 3,09. O mercado não alterou as previsões para o crescimento da economia. Para este ano, a projeção do avanço do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) manteve-se em 3,7% e, para o ano que vem, em 4%. A expectativa do mercado é de que a balança comercial tenha um superávit de US$ 26, 5 bilhões em 2005, uma projeção maior do que há uma semana (US$ 26 bilhões). Para o ano que vem, o prognóstico do saldo comercial também subiu: de US$ 23,5 bilhões para US$ 24 bilhões.

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