Após nove reduções consecutivas e uma semana de estabilidade, o mercado elevou a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008, pela primeira vez. Segundo a Pesquisa Focus, compilado das principais projeções macroeconômicas de instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC), o IPCA deve encerrar 2008 em 6,20%, de 6,14% na semana passada. Já a previsão para 2009 caiu, pela quinta vez seguida, para 4,80%, de 4,85%.

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Em ambos casos, as previsões para o IPCA permanecem acima do centro da meta de inflação, de 4,5%, conforme determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN). A margem de tolerância é de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, ou seja, entre 2,5% e 6,5%.

Para os Índices Gerais de Preços (IGPs), calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que trazem o comportamento dos preços no atacado e o impacto em tarifas públicas e de serviços, as previsões subiram. O mercado elevou a previsão para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que deve encerrar 2008 em 10,07%, ante 9,77% na previsão anterior. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a expectativa subiu para 10,37%, ante projeção de 10,10% na semana passada. Para 2009, a projeção para o IGP-DI subiu de 5,33% para 5,42%, enquanto a do IGP-M subiu de 5,40% para 5,50%.

Juros

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As projeções do mercado para a taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 2008 e em 2009 foram mantidas em 14,75% ao ano e 13,50% ao ano, respectivamente. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) ainda tem dois encontros agendados até o fim deste ano para definir sobre a atualização da Selic. As duas próximas reuniões do comitê acontecem no fim deste mês (dias 28 e 29) e em dezembro.

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Dólar

Após a recente valorização do dólar ante o real, que chegou a ser negociado acima de R$ 2,30, na maior cotação em mais de sete anos, o mercado elevou as previsões para as taxas de câmbio no fim de 2008 e de 2009.

Segundo a Pesquisa Focus, o dólar deve encerrar este ano e o ano que vem valendo R$ 1,85, ante projeções de R$ 1,80 e R$ 1,82 na semana anterior, respectivamente.

Na última sexta-feira (10), o dólar comercial fechou cotado a R$ 2,32 (+6,91%), no mercado interbancário de câmbio, no maior valor desde 31 de maio de 2001

PIB

A estimativa de crescimento da economia brasileira em 2008 subiu, pela quinta vez seguida, para 5,23%, de 5,2%. Já a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo País) em 2009 ficou em 3,5%.

Contas externas

Em relação à balança comercial brasileira, o mercado elevou a projeção de superávit este ano para US$ 23,88 bilhões, de US$ 23,70 bilhões na semana passada. A estimativa do déficit em conta corrente (saldo de todas as transações do País com o exterior) em 2008 foi mantida em US$ 29 bilhões.

Para 2009, o mercado reduziu a previsão de superávit da balança comercial para US$ 12 bilhões, de US$ 12,70 bilhões na semana passada, e também alterou a expectativa de déficit em conta corrente para US$ 33,10 bilhões, de US$ 34 bilhões na pesquisa anterior.

Investimentos

As previsões para o Investimento Estrangeiro Direito (IED) em 2008 e em 2009 foram mantidas em US$ 35 bilhões e em US$ 30 bilhões, respectivamente.