Brasília (AE) – O mercado financeiro revisou para cima as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – referência para as metas de inflação do governo – de 2006, de 3,08% para 3,15%. Porém, as instituições financeiras consultadas pela pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada ontem, mantiveram em 13,25% as previsões para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim de 2006. O porcentual embute uma expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá os juros em 0,5 ponto porcentual na reunião de amanhã e depois.
Apesar de revisar as estimativas de IPCA para este ano, as projeções para este indicador continuam abaixo da meta central de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Nas instituições Top 5 – aquelas que mais acertam suas projeções – as apostas de médio prazo para o IPCA de 2006 ficaram estáveis em 3,10% pela segunda semana seguida.
Para este mês, as estimativas de IPCA subiram de 0,35% para 0,36%. Há quatro semanas, estavam em 0,34%. Para o último mês do ano, as previsões de IPCA avançaram de 0,36% para 0,45%. Esta foi a terceira elevação seguida destas projeções, que estavam em 0,34% há quatro semanas. Para 2007, as apostas para o índice ficaram inalteradas em 4,10%. A estabilidade pôs fim a cinco semanas consecutivas de queda destas previsões.
As apostas do mercado financeiro para a Selic média em 2006 permaneceram em 15,09% ao ano pela terceira semana consecutiva. Para o final de 2007, as previsões de mercado para a taxa de juros também continuaram em 12% ao ano.
As previsões de reajuste dos preços administrados para 2006 subiram na pesquisa do BC de 4,06% para 4,13%. Esta foi a segunda elevação seguida dessas projeções, que estavam em 4,06% há quatro semanas. Para 2007, as apostas de alta dos administrados recuaram de 4,30% para 4,20%.
Câmbio
O Índice Geral de Preços -Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve fechar o ano em 3,95%, ante 3,77% previsto anteriormente pelas instituições financeiras consultadas pela pesquisa Focus. As projeções para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para 2006 avançaram de 3,75% para 3,82 – pela quarta vez consecutiva Para o próximo ano, as estimativas de alta do IGP-M ficaram estáveis em 4,38%. O mercado também reviu para cima as apostas para a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de 1,84% para 1,89%.
As projeções para a taxa de câmbio no final de 2006 subiram de R$ 2,15 para R$ 2,16. Com a alta, as estimativas voltaram ao mesmo patamar das projeções feitas há quatro semanas. As previsões de taxa média de câmbio para este ano, por sua vez, continuaram em R$ 2,17. Para o fim deste mês, as estimativas para a taxa câmbial permaneceram inalteradas em R$ 2,15 pela quinta semana seguida.
Para este ano, as projeções de superávit da balança comercial ficaram estáveis em US$ 45 bilhões – o que interrompeu uma seqüência de três semanas seguidas de elevações. As estimativas de superávit em conta corrente para em 2006, por sua vez, ficaram estáveis em US$ 12 bilhões.
As projeções do mercado financeiro para o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED), neste ano, avançaram de US$ 15,60 bilhões para US$ 15,86 bilhões.
PIB
A economia brasileira deverá apresentar um crescimento menor, no fim do ano, do que o previsto pelo mercado financeiro na pesquisa da semana passada do Banco Central. No levantamento divulgado hoje, as apostas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006 caíram de 2,95% para 2,94%, pela terceira vez consecutiva. Com a nova redução, as estimativas ficaram ainda mais distantes dos 3,50% projetados pelo próprio BC. As previsões de avanço da produção industrial neste ano, por sua vez, aumentaram de 3,16% para 3,19%.
Para 2007, as projeções de crescimento do PIB continuaram estáveis em 3,50% pela 13.ª semana consecutiva. As estimativas de aumento da produção industrial no próximo também não mudaram e permaneceram nos mesmos 4,30% da pesquisa anterior.