Um levantamento mundial da consultoria Accenture apontou que, em 2010, as empresas precisarão de 3,5 bilhões de pessoas para preencher todas as vagas do mercado de trabalho. Porém, só nos Estados Unidos e Reino Unido, cerca de 10 milhões de vagas ficarão em aberto por falta de pessoal qualificado. Até 2020, a Accenture calcula que as principais economias do globo terão 39 milhões de vagas em aberto. "A economia mundial, que vem acelerada, pode parar por falta de gente?, diz o líder global de consultoria de talentos da Accenture, Peter Cheese.

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"Os setores com mais problemas são os de infra-estrutura, tecnologia e finanças", diz ele. "Mesmo a Índia, onde há excelentes escolas de engenharia e tecnologia, tem problemas para contratar pessoas". Isso porque os profissionais saem em busca de salários maiores no Oriente Médio. No Brasil, também há exemplos. A IBM fechou parcerias com escolas técnicas de segundo grau para incentivar os alunos a seguirem carreiras tecnológicas e estudarem inglês, para depois contratá-los.

Segundo Denys Monteiro, sócio da Fesa Global Recruiters, a escassez ocorre das posições de base ao presidente. "Os dados da associação internacional de recrutamento mostrou que 84% das empresas de seleção de pessoal percebe escassez de talento no mercado." A pior situação está no meio da hierarquia. "As empresas investiram na formação de seus executivos-chefes (CEOs) e diretores. Deram formação básica aos cargos operacionais. Mas esqueceram que quem lida diretamente com pessoas é o médio executivo, os líderes de equipe, gerentes e supervisores", diz o executivo da Accenture.

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