Os medicamentos genéricos seguem firme sua trajetória de crescimento no Brasil. Dados do IMS Health, empresa que audita o mercado farmacêutico no país, indicam que a categoria registrou vendas de US$ 311,6 milhões em 2003 frente a US$ 225.2 milhões em 2002, cravando crescimento de 28% no período. Em unidades comercializadas, os genéricos registraram em 2003 um aumento de 20% frente a 2002. No ano passado, o setor vendeu 94.819.000 unidades contra 75.708.000 em 2002.
Na análise mensal de participação de mercado, os genéricos fecharam dezembro de 2003 com 8,67% de market share (em unidades), percentual 35% maior que o registrado no mesmo período de 2002, quando detinha 6,41% de participação. Pelo critério valor, os genéricos encerraram dezembro de 2003 com 6,97% de market share, percentual 31% maior que os 5,31% registrados no mesmo período em 2002.
O desempenho dos fabricantes de genéricos contrasta com o restante da indústria farmacêutica brasileira. Há seis anos o setor assiste à queda do volume de unidades vendidas. Em 2003 não foi diferente: foram 1,21 bilhões de unidades vendidas contra 1,27 bilhões em 2002. Já em valor, o mercado cresceu de US$ 4,6 bi em 2002 para US$ 4,8 bi em 2003.
“A queda da renda fez com que parte dos consumidores migrassem para os genéricos, que apresentam em média preços 40% menores que os medicamentos de marca”, avalia Vera Valente, diretora executiva da Associação Brasileira das Industrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos).
A Pró Genéricos reúne 11 das maiores indústrias de medicamentos genéricos do país, que juntas detém mais de 90% do segmento. Segundo Vera Valente, o objetivo da entidade é chegar a 30% de participação de mercado em valor até 2007. A executiva acredita que em 2004 a performance dos genéricos será melhor do que em 2003. “Trabalhamos com o cenário de crescimento de 30% em valor e em unidades, ancorados na perspectiva de retomada da economia”, diz.
“O medicamento genérico é um instrumento de política pública para melhorar o acesso da população a medicamentos”, diz Vera Valente. “A desinformação impede um crescimento mais rápido da participação dos genéricos no mercado farmacêutico. Nem todos os consumidores sabem ainda que podem pagar menos por um produto que tem a mesma qualidade dos medicamentos de marca”, explica.
De acordo com Vera Valente, a intensificação de campanhas de esclarecimento sobre os benefícios dos genéricos nos meios de comunicação ajudaria a resolver o problema. “É fundamental que as empresas e governo invistam no esclarecimento da população. A chancela governamental na divulgação das informações é importante por que transmite mais credibilidade”, afirma.
A executiva informa que em 2004 a Pró Genéricos seguirá discutindo com o governo projetos que contemplem a ampliação do acesso a medicamentos como já vinha acorrendo em 2003. A entidade também intensificará o diálogo com a classe médica buscando aumentar o número de prescrições de genéricos que hoje constam em apenas 17% das receitas médicas emitidas no país.
Mercado de medicamentos genéricos cresce 28% em 2003
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