EM 2011

Mercado de fusões e aquisições deve crescer até 12%

O mercado de fusões e aquisições no Brasil deve ter um acréscimo de 10% a 12% neste ano, sendo que o volume de transações nas pequenas e médias empresas deve ser superior a esse índice, com aumento previsto de 20% a 25%, enquanto para as grandes empresas esse percentual deva ficar entre 5% e 6%. O Paraná, que nos últimos anos teve crescimento de 8% a 10% nesse setor, deve seguir a tendência nacional.

Especialistas apontam que essa tendência é decorrente da estabilidade econômica e da política monetária sólida do País, fatores que têm intensificado o interesse estrangeiro pelo Brasil. No meio dessa movimentação, a ideia geral de negociações gigantescas que se tem quando se fala em fusões e aquisições não está totalmente correto. Embora ainda encontre resistência, fusão e aquisição é um negócio que está em voga entre profissionais de pequenas e médias empresas.

“É um processo inevitável, uma tendência irreversível tendo-se em vista a economia brasileira atual e as pequenas e médias empresas devem estar preparadas para isso”, analisa o especialista Adeodato Volpi Netto, da empresa de consultoria Open Point Partners.

Entretanto, esse mercado começa somente agora a ser explorado, e mesmo assim com certa desconfiança e cautela, por causa de sua complexidade, na opinião do empresário José Damigo Neto, também da Open Point. “A governança desses pequenos e médios negócios é ainda vista de forma difusa, desorganizada e com projeções de futuro incertas para o grande investidor”, afirma.

O receio parte também do lado de quem comanda essas empresas, na sua maioria familiares, e se destaca nos negócios do Sul do Brasil, de acordo com os especialistas. “Aqui no Sul, as empresas têm medo de se expor ao incerto e têm certa reserva. Mas se, de seis em cada dez pequenos empresários não pensaram ainda em vender o seu negócio, nove em cada dez querem saber por quanto poderiam vendê-lo”, observa Volpe Netto.

Mas esse receio tem a sua razão quando se analisa que o grande investidor, querendo obter uma vantagem extorsiva, pode subvalorizar o valor da empresa que pretende adquirir.

Com a busca pela profissionalização e equilíbrio das finanças, as empresas familiares se tornaram alvos estratégicos para negócios maiores, como no Paraná aconteceu com as empresas J. Malucelli Seguradora, Café Damasco, Shopping Crystal e a concessionária de automóveis Euro Import.  

Em 2010, o setor de fusões e aquisições cresceu 15% de acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers, uma das maiores no mercado, contabilizando R$ 144,8 bilhões em nove meses.

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