Mercado de caminhão contrata e investe

O mercado de caminhões, que até o mês passado teve queda de quase 20% nas vendas ante o mesmo período de 2008, vive uma recuperação que deve reduzir as perdas à metade até o fim do ano.

Depois da forte retração a partir do último trimestre de 2008, transportadoras e frotistas retomam encomendas e as montadoras voltam a contratar e a investir. A Ford anunciou no fim de semana um programa de R$ 370 milhões para a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para o período de 2010 a 2013. A Iveco acaba de apresentar uma família de caminhões totalmente desenvolvida no Brasil, a chamada família Vertis, que terá veículos médios.

No mês passado, a Mercedes-Benz iniciou a contratação de 1,3 mil trabalhadores no ABC paulista. A montadora iniciou o ano com previsão de queda de 25% nas vendas.

Agora, já trabalha com recuo de 10% e aposta na recuperação em 2010. Até setembro, o mercado brasileiro adquiriu 74,5 mil caminhões, 19,6% a menos ante igual período de 2008.

No segmento de ônibus, a queda foi de 18,4%. “Todos os segmentos estão voltando a comprar caminhões, mas o grande impulso vem da indústria e do comércio”, diz o vice-presidente de Vendas da Mercedes, Philipp Schiemer. “Também enxergamos que o pior já passou nas exportações.” A empresa recebeu encomenda de 1.045 ônibus do Chile para entrega em 2010.

Executivos das empresas que participam do Salão Internacional do Transporte (Fenatran), aberto ao público ontem no Anhembi, em São Paulo, afirmam que o evento marca a virada do mercado e apostam em vendas entre 105 mil e 110 mil caminhões neste ano.

“As vendas no segundo semestre serão entre 15% e 16% maiores que no primeiro”, diz o vice-presidente comercial da Iveco, Antonio Dadalti. Os negócios, diz, estão sendo impulsionados pelo consumo interno de diversos produtos e também pela melhora no programa de financiamento aos caminhoneiros.

O programa, que reduziu os juros de 13,5% para 7% ao ano, está previsto para terminar em dezembro, mas já discutem com o governo sua prorrogação. No segmento de caminhões, o financiamento é mais importante que a redução do IPI, afirmam executivos.

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