O mercado financeiro vive um momento de trégua, alimentado pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) corte os juros norte-americanos antes mesmo da próxima reunião formal, em setembro. Embora não haja nenhum indício concreto de que isso vai acontecer (essa especulação partiu de declarações de Ben Bernanke, de que o Fed usará todos os instrumentos disponíveis para reduzir a volatilidade), essa hipótese gerou um movimento de recuperação, que contagiou todos os mercados.
Os índices futuros das bolsas norte-americanas dão continuidade à alta de ontem, as bolsas européias registram ganhos expressivos e, no Brasil, o dólar e os juros futuros abriram em queda. Operadores dizem que investidores aproveitaram a redução da volatilidade no exterior e aplicaram nos juros futuros – que têm taxas atraentes -, mas sem eliminar os prêmios, que continuam elevados. A percepção geral é que o dia está começando com um viés positivo, sem que isso signifique o fim da crise.
Leilão
Hoje será feito o leilão de compra de 500 mil NTN-B (títulos pós-fixados e indexados ao IPCA) de três vencimentos, anunciado ontem e considerado um sinal de que o Tesouro está atento às pressões que esse mercado vem sofrendo. Operadores acreditam que o resultado da operação será importante para definir a necessidade de novas atuações do Tesouro. E acreditam que, se a volatilidade voltar, é provável que esse tipo de ação tenha de ser mais freqüente.
Às 10h10 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2010, o mais negociado, tinha taxa de 12,10% ao ano, de 12,22% ontem; o DI para janeiro de 2009 projetava taxa de 11,78% ao ano, ante 11 90% no dia anterior.