O avanço da inadimplência do consumidor começa a provocar um efeito cascata na economia nacional e já chega às grandes empresas. Se, até o momento, eram as empresas pequenas e médias que vinham apresentando maiores dificuldades para honrar seus pagamentos, agora as grandes também começam a enfrentar esse problema e estão tendo de fazer uma verdadeira “ginástica financeira”. A alternativa adotada tem sido negociar prazos, cortar funcionários e investimentos ou eleger contas prioritárias para pagamento – o que tem elevado as estatísticas de inadimplência entre empresas. Só em fevereiro, a alta foi de 20,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da empresa de análise de crédito Serasa Experian.

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No setor têxtil, essa “corrente do calote” já é perceptível. Pequenos varejistas ou sacoleiros com dificuldades em receber de seus clientes pessoas físicas pedem mais prazo a fornecedores – como os fabricantes de roupas -, que, por sua vez, têm de renegociar suas dívidas com seus próprios fornecedores, as grandes tecelagens.

“Essa situação tem sido muito ruim para a indústria”, diz o empresário Eliezer Turco, sócio da Bordados Sulamita, empresa instalada há 30 anos em Ibitinga, no interior de São Paulo. Conhecida como a “capital nacional do bordado”, a cidade convive com representantes comerciais de redes de varejo e também com os sacoleiros, que invadem as ruas do município em busca de novidades no mercado de enxovais.

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