O dólar comercial fechou ontem com queda de 1,25%, a R$ 3,313 na venda, aproximando-se dos R$ 3,30. A expectativa da aprovação da emenda que regulamenta o artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro nacional, gerou otimismo no mercado, principalmente no período da tarde.

Segundo relatório do banco norte-americano de investimentos Goldman Sachs, divulgado ontem, há 90% de chance de o governo conseguir aprovar a emenda hoje no Congresso, o que abriria espaço também para a aprovação da autonomia do Banco Central. A ala radical do PT já firmou acordo com o presidente nacional do partido, José Genoíno, concordando em votar a favor da emenda.

Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK, acredita que o governo conseguirá “aumentar sua base de sustentação no Congresso para apoiar as reformas necessárias??.

“O governo tem feito sua lição de casa. Isso aumenta a confiança do investidor estrangeiro em relação ao País e reduz o risco-Brasil, o que facilita as captações de recursos no exterior e a queda do dólar??, disse ela.

No final da tarde de ontem, o risco-país brasileiro tinha queda de 5,05%, para 995 pontos básicos, menor patamar desde 31 de maio do ano passado, quando estava em 981 pontos.

O C-Bond, título da dívida soberana do Brasil mais negociado, subia 3%, para 81,41% do seu valor de face.

Segundo Mário Paiva, analista da corretora Liquidez, pela manhã a queda do dólar foi favorecida pelo fluxo positivo no câmbio, devido captações feitas por bancos e empresas brasileiras nos últimos dias. Somente em março, bancos e empresas brasileiras captaram no exterior mais de US$ 1 bilhão.

Houve melhora também no mercado internacional ontem. Depois de três dias de perdas, a Bolsa de Londres fechou em alta de 1,98%, acompanhando o movimento em Wall Street. No horário de fechamento do câmbio no Brasil, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subia 1,11%, enquanto a bolsa eletrônica Nasdaq subia 0,83%.

Entretanto, a duração da guerra ao Iraque e suas conseqüências para a economia mundial são questões que ainda preocupam os investidores.

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