Pela primeira vez desde que o Brasil voltou a realizar eleições diretas para a Presidência da República, o mercado financeiro passou incólume por uma campanha. Nem Dilma Rousseff (PT) nem José Serra (PSDB), os dois candidatos favoritos desde o início do processo, assustaram os investidores – tanto brasileiros quanto internacionais.
Do começo do ano até sexta-feira, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) apresentava valorização de 2,4%, aos 70.229 pontos. Segundo especialistas, o desempenho só não foi melhor por causa das tensões provocadas pela crise da Grécia durante grande parte do primeiro semestre e da capitalização da Petrobras, que derrubou os preços das ações da estatal.
Outro importante termômetro do humor dos investidores, o dólar acumulava até sexta-feira queda de 3,7%, a R$ 1,679. “A eleição foi um não-evento”, sintetiza a principal executiva da Fator Administração de Recursos, Roseli Machado, recorrendo a uma expressão comum no mercado para classificar um fato desimportante para os investidores.
A explicação para a calmaria inédita passa pela certeza de que os chamados pilares macroeconômicos serão mantidos no próximo governo: metas de inflação, câmbio flutuante e superávits fiscais que garantam a redução da dívida pública no médio e longo prazos. Para economistas, esse tripé é o grande responsável pelo crescimento com estabilidade nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.