Brasília (AE) – Após duas semanas de estabilidade, as previsões de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2005 voltaram a subir, passando de 5,81% para 5,89% na pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras e empresas de consultoria.
Ao indicar um afastamento ainda maior das projeções de inflação em relação à meta de 5,1% a ser perseguida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no próximo ano, o levantamento, divulgado na manhã de ontem, fez os operadores de mercado passarem a trabalhar com a hipótese de uma nova elevação de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, na reunião de novembro. Nessa hipótese, a Selic passaria dos atuais 16,75% para 17,25% ao ano.
Essa previsão de alta dos juros, feita ontem nas mesas de operação dos bancos, entretanto, ainda não estava refletida na pesquisa do BC, que engloba informações coletadas no mercado ao longo da semana passada. Na pesquisa, as estimativas de juros para novembro ainda apontavam para a manutenção da Selic nos mesmos 16,75% arbitrados pelo Copom na reunião da semana passada. Segundo o levantamento do BC, também não houve alteração nas previsões de 17% para a Selic no final deste ano, e de 15,5% ao ano para o fim de 2005.
A pesquisa do BC também registrou elevação das previsões de IPCA para 2004 (dos 7,16% da pesquisa anterior para 7,18%), e uma alta das expectativas de inflação dos próximos 12 meses (de 6,17% para 6,21%). As projeções de IPCA para novembro seguiram a mesma tendência e subiram de 0,58% para 0,60%. A única projeção de inflação a não subir na pesquisa divulgada ontem foi a estimativa de IPCA para outubro, que ficou em 0,45%.
PIB
Na pesquisa, as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2005 recuaram de 3,60% para 3,50%. A redução pode ser um efeito da alta dos juros anunciada na semana passada, uma vez que as mudanças de política monetária tomadas a partir de agora tendem a ter mais impacto sobre a atividade econômica de 2005. As previsões de expansão do PIB para este ano, em contrapartida, subiram dos 4,53% do levantamento anterior para 4,56% – mantendo-se acima da projeção de 4,4% feita pelo próprio BC em seu último Relatório de Inflação.