Mensalidade escolar sobe até 10% em Curitiba

Os pais de alunos que estudam em escolas particulares de Curitiba e Região Metropolitana vão ter que preparar o bolso: a mensalidade escolar no próximo ano letivo deverá subir entre 8% e 10%, segundo estimativa do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe). O índice inclui a variação da inflação no período, aumento salarial dos professores ocorrido em março – cujo índice foi de 8,48% -, além de alta dos insumos, como energia elétrica, água e esgoto, telefone, aluguéis e tributos. Segundo o Sinepe, as escolas do interior do Estado devem acompanhar o índice de reajuste de Curitiba.

“As escolas são livres para reajustar o quanto quiserem, não existem amarras da lei. Vivemos em um mercado altamente competitivo”, apontou o vice-presidente do Sinepe, Jaci Venturi. Segundo ele, o aumento está variando conforme os reajustes feitos anteriormente. Em 2004, o aumento médio ficou em 7% em relação a 2003. “Algumas estão reajustando mais agora, porque aumentaram pouco no ano passado. Mas as escolas têm de ficar de olho no mercado, na capacidade que ele tem de absorver estes reajustes”, ponderou. Venturi lembrou ainda que as benfeitorias e os investimentos feitos pelas instituições de ensino têm de ser considerados. As escolas particulares já estão encaminhando cartas e folders aos pais com os novos valores.

Tributos

De acordo com Jaci Venturi, a pesada carga tributária é outro fator que encarece o ensino privado. “Cerca de um terço da receita das escolas vai para o governo na forma de impostos, taxas e contribuições”, apontou Venturi. “Quando o pai paga, por exemplo, R$ 450,00 a mensalidade, poderia estar pagando R$ 300,00 sem nenhuma perda de qualidade, se não fossem os tributos”, afirmou. “O pai é duplamente penalizado, porque nem sempre consegue uma escola pública boa, e quando coloca seu filho numa escola particular e ele tem que arcar com o ônus dos impostos.”

Em relação à inadimplência, Jacir Venturi conta que o índice varia entre 4% e 32%, conforme a estrutura jurídica de cada instituição e o sistema de cobrança. “É um índice altíssimo, a ponto de comprometer a capacidade de investimento das escolas e o pagamento dos impostos”, apontou.

Em todo o Paraná, há 1.550 escolas particulares, incluindo ensino fundamental, médio e superior – cerca de 920 apenas em Curitiba e Região Metropolitana. O número de alunos no ensino fundamental e médio na Grande Curitiba chega a 46 mil. De acordo com o vice-presidente do Sinepe, o número tem se mantido nos últimos anos. “Migração existe nos dois sentidos – de escola particular para a pública e vice-versa -, mas acaba contrabalanceando”, arrematou.

Mesmo percentual em São Paulo e no Rio

Escolas particulares de São Paulo já começaram a distribuir os avisos de reajuste e, em média, o valor das mensalidades ficará 10% mais caro em 2005, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo. No Rio, a Associação de Pais do Rio de Janeiro (Apaerj) estima que as mensalidades das escolas particulares deverão ficar de 9,5% a 10% mais caras.

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