O aumento das mensalidades escolares este ano deve ser o mais intenso dos últimos seis anos. A projeção é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz que estima um reajuste em torno de 7% para os cursos formais em 2010. A estimativa foi feita com base em uma coleta de preços dos serviços fornecidos pelo setor de educação nos primeiros dez dias de janeiro. “Já temos uma boa amostra dos reajustes já efetuados e podemos dizer que a média dos reajustes em cursos formais este ano ficará em torno de 7%”, resumiu o economista.
Caso se confirme, esse reajuste conduzirá a um impacto positivo de 0,31 ponto porcentual na inflação do varejo em janeiro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela FGV. “Os cursos formais pesam 4,42% no cálculo do IPC”, acrescentou o economista.
Normalmente, o reajuste de mensalidades escolares ocorre sempre no primeiro mês do ano, e a magnitude do aumento é baseada no desempenho da inflação média do varejo no ano anterior. Mas para o ano de 2010, a alta média de preço em cursos formais deve ser acima das taxas anuais de inflação do ano passado. Isso porque o patamar de reajuste nos preços de cursos formais previsto pela FGV se posiciona acima da inflação de 2009 medida pelo IPC, que foi de 3,95%; e é superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2009, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que terminou o ano passado em 4,31%. “Com isso podemos dizer que as escolas terão um ganho real acima da inflação, ou seja, um aumento real em torno de 2,93% nas mensalidades escolares este ano, se descontarmos a inflação passada, de 2009”, calculou.
Entre as quatro categorias pesquisadas pela fundação, o maior patamar de reajuste deverá ocorrer nas mensalidades de ensino fundamental, que devem subir em média 7,54% este ano, seguida de perto pelo aumento de 7,35% previsto para 2010 nos serviços de ensino médio. Já as mensalidades de pré-escola devem subir 6,67% este ano, enquanto os serviços de ensino superior devem contar com um reajuste de 4,05%, próximo à inflação média de 2009 no varejo.