Dificilmente os financiamentos para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas repetirão em 2003 o desempenho recorde do ano passado, de R$ 3 bilhões. Com a redução na verba disponibilizada pelo governo federal para os programas Moderfrota, Finame especial e Fundo Centro-Oeste (FCO), as estimativas mais otimistas do mercado apontam para cifras em torno de R$ 2,5 bilhões. Para a safra 2003/2004 (julho de 2003 a junho de 2004), o governo liberou R$ 2 bilhões no Moderfrota, sendo R$ 1,25 bilhão até janeiro de 2004. Há mais R$ 150 milhões do Finame especial.
Porém a demanda chega a R$ 4 bilhões, segundo projeção do setor. O BNDES – que já recebeu propostas superiores a R$ 1,5 bilhão neste ano – sinalizou que não haverá escassez de recursos no mercado, com a alocação de mais recursos na linha do Finame especial. Mas esse montante não está definido. Em função desta conjuntura, o mercado brasileiro de tratores e colheitadeiras não espera crescimento neste ano. A estimativa é fechar 2003 com a venda de 33 mil tratores e 3 mil colheitadeiras.
O que se observa é uma modificação do perfil dos equipamentos, que estão mais potentes, maiores e mais caros. “O sucesso do plano Moderfrota tem muito a ver com o crescimento dos bancos das montadoras”, diz Helvio Quintão, diretor-superintendente do Banco CNH Capital. Na instituição financeira da Case New Holland, líder nacional em financiamentos do Finame Agrícola, o ticket médio passou de R$ 60 mil em 98 para R$ 100 mil.
De 2001 para 2003, o banco ampliou sua carteira de clientes de 19 mil para 48 mil. Em quatro anos de atividade, o Banco CNH financiou a venda de 40 mil máquinas das marcas New Holland, Case, IH e Fiat Allis, com volume de recursos disponibilizados próximo de R$ 3 bilhões e uma carteira de quase R$ 2 bilhões.
O grande atrativo dos programas de financiamento para máquinas agrícolas, conforme Quintão, são as taxas fixas de juros: de 9,75% no Moderfrota e 13,95% no Finame especial. Dos R$ 1,25 bilhão liberados pelo governo em 2003, o Banco CNH foi responsável por 30,1% (R$ 517 milhões). No ano passado, a instituição repassou 26% dos R$ 3 bilhões do Finame Agrícola.
Quintão anunciou ontem um projeto-piloto de seguro-safra que está sendo oferecido em seis concessionárias do Centro-Oeste e Sul, em parceria com uma seguradora internacional.