Menos competitivo, demanda por álcool caiu 9% no mês

As saídas de etanol das usinas do Centro-Sul para o mercado interno brasileiro somaram 1,876 bilhão de litros no mês de novembro, um volume 9% menor que o registrado em outubro, quando 2,062 bilhões de litros deixaram as usinas da região para as distribuidoras. As informações são da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e foram divulgados hoje.

Deste total, 1,39 bilhão de litros foram de etanol hidratado. Em relação aos 1,55 bilhão de litros vendidos em outubro, as saídas de hidratado de novembro representaram um recuo de 10,32%. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, as vendas de hidratado avançaram 14,3%.

Segundo Antonio Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, os dados mostram que as vendas de hidratado já estão recuando em relação aos meses anteriores por conta dos preços do álcool nos postos de combustíveis estarem perdendo a competitividade em relação à gasolina. No final de novembro, apenas sete Estados estavam com o etanol competitivo, ante 21 Estados no início de outubro.

Porém, na segunda quinzena de novembro o consumo de hidratado foi superior ao registrado na primeira quinzena, passando de 650 milhões de litros para 740 milhões de litros. Rodrigues acredita que mais que o fator preço, muitos consumidores que iniciaram sua vida de motoristas utilizando o etanol não migraram para a gasolina, apesar do preço maior. “Esta migração está ocorrendo de forma mais lenta que esperávamos, mas está ocorrendo”, disse.

O executivo também ressalta que o consumo de etanol está registrando uma desaceleração em relação ao ano passado. No período de abril a setembro, o consumo médio de etanol hidratado subiu 24% em relação ao mesmo período de 2008. Em outubro, este avanço foi de apenas 18%. Em novembro, a elevação foi ainda menor: 14%. “Aos poucos, os consumidores irão optar pelo combustível mais competitivo”, disse.

Mesmo lenta, a migração do etanol para a gasolina já provocou um crescimento de 3% no consumo do combustível fóssil em novembro. No mesmo período, o consumo de álcool anidro também subiu em relação a 2008. A expansão do anidro, que é adicionado na proporção de 25% à gasolina, foi de 13%, atingindo 486.297 milhões de litros. Pádua disse que existe álcool anidro suficiente para atender a demanda durante os próximos meses até o início da próxima safra, em março.

Isto porque a queda de consumo de etanol hidratado está levando as usinas a produzirem mais anidro. E cerca de 55 usinas continuarão moendo cana entre dezembro e fevereiro, o que vai aumentar a oferta no período. A expectativa é, contudo, de que os preços continuem elevados e voltem para patamares menores apenas a partir de março.

Já as exportações de etanol atingiram seu menor nível deste ano em novembro, com vendas de apenas 198.960 milhões de litros, um volume 22,7% menor que o registrado em igual período de 2008, quando foram exportadas 257,4 milhões de litros.

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