Apesar de aumento no consumo das classes residencial e comercial, a redução na utilização de energia elétrica pelo setor industrial foi o principal motivo para a Copel ter obtido um lucro líquido inferior ao do ano passado, tanto na comparação dos terceiros trimestres, como nos nove primeiros meses de cada ano.
A justificativa foi dada no último balanço trimestral da empresa, divulgado na noite de anteontem. De acordo com o balanço, a estatal paranaense registrou, de janeiro a setembro, um lucro líquido de R$ 846,4 milhões 5,9% inferior aos R$ 899 milhões obtidos no mesmo período em 2008.
No terceiro trimestre, o lucro ficou em R$ 284,4 milhões. O valor é 0,6% menor que o apurado entre julho e setembro do ano passado, quando fechou em R$ 286 milhões, e 2% inferior ao lucro de R$ 290 milhões obtido no segundo trimestre deste ano.
A redução do consumo da classe industrial no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2008, foi de 3,2%. Entre julho e setembro, as 66 mil indústrias paranaenses clientes da Copel consumiram 4.915 Gigawatts-hora (GWh).
Segundo a empresa, a queda se deveu a uma “redução da produção voltada para o mercado externo, e, também, da elevada base de comparação de 2008.” A indústria representou, no período, 32,8% do mercado da estatal.
Por outro lado, o decréscimo no consumo da indústria foi compensado por aumentos no número e no consumos dos clientes de todas as outras classes: na residencial, o consumo aumentou para 4.220 GWh (5,3%), influenciado, na visão da companhia, pela maior aquisição de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, incluída aí a linha branca. Os consumidores residenciais respondem por 28,2% do mercado da Copel, e passam o número de 2,8 milhões.
A expansão na classe comercial foi ainda maior: 5,5%, com o consumo passando para 3.097 GWh. A Copel atribuiu o aumento à queda da taxa de juros e às medidas de combate à crise e de manutenção do consumo interno.
Esta classe representou 20,7% do mercado da companhia, que tem quase 300 mil consumidores do setor. No total, o crescimento no consumo da energia distribuída pela Copel ficou em 2,2%, em relação ao terceiro trimestre de 2008.