O cenário econômico básico da MB Associados para 2014 é de um crescimento modesto, com expansão ao redor de 2% e inflação flertando com o teto da meta, situando-se numa taxa por volta de 6%. É o que disse nesta sexta-feira, 22, o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e sócio da consultoria MB, José Roberto Mendonça de Barros. Ele falou para economistas e analistas do mercado financeiro durante o seminário “Armadilhas das Incertezas do Crédito – Contexto Atual e Impactos em 2014”, organizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP).
No caso da inflação, de acordo com Mendonça de Barros, a trajetória vai depender de fatores como o que o governo fará com o preço da gasolina. Para a taxa básica de juros, a expectativa da MB é de que a Selic será elevada ao nível de 12% ao ano em 2014. O câmbio deve se desvalorizar de modo a levar o dólar a uma cotação de R$ 2,40 a R$ 2,45.
“Parafraseando o ex-ministro Delfim Netto, com quem já trabalhei, viveremos a tempestade perfeita, com a confirmação, por volta de março, do início da redução das compras de ativos nos Estados Unidos”, disse o economista para justificar o cenário que prevê para o próximo ano.
Riscos
O cenário básico da MB Associados, no entanto, estará exposto a uma série de riscos no próximo ano, passando pela possibilidade de ocorrências de manifestações de rua durante a Copa do Mundo nos moldes das que ocorreram em junho deste ano pelo País. Outro risco, de acordo com Mendonça de Barros, reside na eleição presidencial. “A entrada da ex-senadora Marina Silva ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tornará a eleição muito mais disputada”, disse.
Para o sócio da MB, Eduardo Campos não é conhecido por boa parte da população brasileira, mas quando começar a ser mostrado pela TV nos programas eleitorais vai ampliar o risco à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Ao lado das incertezas políticas, o cenário econômico básico da MB Associados está exposto à possibilidade de as agências classificadoras de risco baixarem a nota do Brasil, aumentando, dessa forma, a aversão ao risco entre os investidores.