Os membros da zona do euro devem estudar a criação de uma agência reguladora supranacional para as dívidas do bloco monetário, aumentando dessa forma a supervisão fiscal sobre os países que utilizam a moeda comum e evitando futuras crises, afirmou Lorenzo Bini Smaghi, um dos membros do conselho do Banco Central Europeu (BCE).

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Smaghi disse que os países da zona do euro poderiam evitar estourar os limites nacionais de endividamento público “tornando a emissão de dívidas um assunto de competência das nações da zona do euro”. Mais especificamente, “os Estados-membros poderiam transferir para uma agência supranacional o direito de emitir dívida”, respeitando níveis definidos pelo Conselho Europeu.

Isso criaria “um freio genuíno” para o endividamento, evitando que países emitissem bônus para cobrir gastos superiores ao limite. Ele acrescentou que “essa não é uma proposta referente aos chamados Eurobônus” e que os tesouros nacionais continuariam responsáveis por suas próprias dívidas, mantendo a diversidade de instrumentos, mas o volume total que cada nação poderia emitir teria de ser aprovado pelo bloco monetário.

“A crise mostrou que o euro é uma construção incompleta e que precisa ser terminada”, disse Smaghi durante um discurso na Grécia. Ele também alertou que a participação do setor privado em um novo pacote de resgate para os gregos pode trazer consequências ruins para a população do país, particularmente em meio à crise financeira. “As autoridades deveriam explicar sob quais circunstâncias o envolvimento forçado dos detentores de bônus ocasionaria custos mais altos para os contribuintes”, acrescentou.

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Os comentários de Smaghi refletem as preocupações do BCE com a possibilidade de as agências de rating decidirem declarar que a Grécia está em default se for adotado um plano segundo o qual bancos detentores de bônus gregos reinvestiriam o dinheiro obtido com esses papéis em títulos de prazo mais longo do próprio país, ajudando assim na rolagem da dívida. As informações são da Dow Jones.