Apesar da leve melhora na margem do Índice de Confiança de Serviços (ICS), de 0,4 ponto de março para abril, como divulgado nesta sexta-feira, 29, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ainda é cedo para afirmar que o pior momento do setor já passou, segundo o consultor Silvio Sales, responsável pela pesquisa. Ele ressalta que a melhora ocorreu por conta das expectativas dos empresários, mas a demanda continua baixa.

continua após a publicidade

“Até agora, o que é possível dizer é que o fundo do poço da confiança empresarial ficou no ano passado. Mas, se o aumento discreto da confiança é sustentável, ainda não é possível afirmar”, disse Sales. Em abril, os dois componentes do ICS – Índice de Expectativas (IE) e Índice de Situação Atual (ISA) – apresentaram trajetórias opostas: as expectativas cresceram 3,1 pontos, enquanto a avaliação da situação atual caiu 2,3 pontos.

continua após a publicidade

A leitura da FGV é que os entrevistados demonstram esperança de que um fim iminente da crise política pode contribuir para melhorar a economia, mas, ao mesmo tempo, no presente, nada mudou. Os negócios continuam ruins. Tradicionalmente, a melhora das expectativas precede a recuperação da situação atual. Ainda não é possível projetar, no entanto, se essa regra vai se repetir nos próximos meses, segundo Sales.

continua após a publicidade

“Os sinais de sustentabilidade da melhora do índice ainda não estão presentes. Deve demorar um tempo até o ritmo da atividade passar para um sinal positivo”, afirmou o economista, ressaltando que, em abril, os indicadores de expectativa e de situação atual apresentaram afastamento superior ao do padrão histórico.

Neste mês, prevaleceu também a disseminação da perspectiva de uma melhora no ambiente político e econômico nos diferentes segmentos do setor de serviços. Já as análises de geração de emprego e de dificuldades financeiras nas empresas, na atualidade, atingiram o pior patamar histórico.