O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 12, em entrevista coletiva, que a existiu “certa expectativa de alguns” de que todas as agências de rating fariam um corte na nota do Brasil depois da decisão, no fim do ano passado, de adiamento da reforma da Previdência para fevereiro de 2018. “Conversamos com as agências, elas entenderam. Não houve o movimento unânime”, disse.

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Meirelles afirmou que a Standard & Poor’s (S&P), responsável pelo corte anunciado na noite de quinta-feira, fez uma série de avaliações e levou em conta a Previdência como um dos aspectos para sua decisão. De acordo com Meirelles, o Brasil tem um histórico positivo de aprovações de medidas de ajustes.

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O ministro disse ainda que as agências de rating têm pesos diferentes e afirmou que não discute as avaliações feitas. “Eles fazem o trabalho deles, nós fazemos nosso trabalho”, afirmou. Meirelles disse que não solicitou à S&P nenhum tipo de ação – seja para não promover o corte, seja para efetuar o downgrade o quanto antes, para evitar interferências na campanha eleitoral. “Não, eu não solicito nada. Eles fazem a avaliação deles, eles são independentes. Eles não podem atender ninguém”, disse o ministro. “É um movimento técnico importante, que levamos a sério. Há décadas lido com agências e tenho relação boa com elas. Temos relações excelentes com diretores e analistas da agência.”

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Durante a coletiva, Meirelles afirmou ainda que não se deve transformar o movimento técnico da S&P em evento político. E que as medidas fiscais fundamentais para o País serão aprovadas.

Questionado sobre comentários, feitos por parlamentares, de que o risco que importa é o político – e não o das agências de rating -, Meirelles disse que a preocupação eleitoral dos parlamentares “é absolutamente legítima”. “Eles representam seus Estados, sua região. Seria extravagante não estarem preocupados com a opinião de seus eleitores”, afirmou. “É importante que todos considerem quem importa em última análise, o cidadão brasileiro.”

Em sua fala, Meirelles também ressaltou a reação contida dos ativos nesta sexta, após o rebaixamento do País pela S&P. “Os preços hoje (sexta) se mantiveram estáveis e há confiança na aprovação das reformas”, disse. “Estamos na direção certa. E vamos aguardar. Mas tenho certeza de que o País vai ver o próximo ano-novo numa condição muito melhor.”