O Brasil terá crescimento econômico superior à média mundial. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (4) pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
“Não está se prevendo uma contração de produto (Produto Interno Bruto – PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) durante o ano, como em outros países. Muito pelo contrário”, afirmou Meirelles. A crise é motivo de preocupação e exige trabalho “firme”das autoridades, mas “é importante também que tenhamos razão para confiar”, disse ele.
Meirelles lembrou que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deve crescer cerca de 2% em 2009, enquanto a previsão para o Brasil é de 3%. Entretanto, Meirelles classificou de “conservadora” a projeção para o Brasil. Segundo ele, a previsão do BC para o crescimento da economia no próximo ano será divulgada no fim deste mês, mas deve ficar abaixo da de 2007 (5,4%) e da previsão média de analistas de mercado para este ano, de 5,2%.
“No passado, quando os Estados Unidos pegavam uma gripe, nós no Brasil muitas vezes pegávamos uma pneumonia, ou até tinha um risco de turbeculose. Hoje, os Estados Unidos estão com uma gripe fortíssima. Alguns estão dizendo que já é uma pneumonia, e nós com uma gripe”, comparou.
O presidente do BC fez comparações também entre a atual crise e as do Japão, na década de 90, e a de 1929, nos Estados Unidos. Meirelles observou que a crise se desenvolveu com mais rapidez, mas ressaltou que “a boa notícia dessa crise é que ela deve ser mais curta”. No entanto, está sendo mais intensa”, acrescentou. A crise japonesa durou 17 anos, lembrou. De acordo com ele, há divergências nas análises sobre a crise, o que seria natural: há economistas que prevêem um longo período, enquanto outros acham que a crise já está próxima do fim.
Meirelles afirmou que a perda prevista para o sistema financeiro internacional com a crise é de US$ 1,4 trilhão. Se for incluído a esse montante o prejuízo das Bolsas de Valores, as perdas devem chegar a US$ 30 trilhões, acrescentou o presidente do BC, que fez palestra sobre a crise financeira no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.
