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Meirelles: não há dúvida que é a maior crise desde que PIB começou a ser medido

O tombo da economia brasileira em 2016 é resultado de um movimento de vários anos. A avaliação foi feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Não há dúvida que é a maior crise desde que o Produto Interno Bruto (PIB) começou a ser medido. Isso não foi construído em pouco tempo. Aconteceu em anos, quando a economia foi perdendo grau de confiança”, disse.

Em entrevista após reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, o Conselhão, o ministro classificou como “queda enorme” a retração vista nos investimentos observada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Meirelles explicou que a retração é resultado da queda da confiança e do aumento da presença do Estado na economia brasileira e que, atualmente, esse processo está sendo revertido.

Projeções

O ministro da Fazenda afirmou também que o governo prevê crescimento de 2,4% da economia no quarto trimestre de 2017 em comparação com o quarto trimestre de 2016 e que, na taxa anualizada do quarto trimestre de 2017 em relação ao terceiro trimestre, a expectativa é de expansão de 3,2%.

As projeções foram apresentadas durante e depois da realização da reunião do Conselhão. Segundo Meirelles, com estas projeções, a atividade econômica começa a crescer de forma devagar e vai acelerando ao longo de 2017, “o que indica um crescimento bem alto para 2018”.

O ministro ressaltou ainda que o crescimento potencial do Brasil nos próximos anos é de algo entre 2,2% e 2,5%, dadas as condições de hoje. “Mas estamos trabalhando para aumentar a taxa de crescimento sustentável do País, sem gerar inflação”, afirmou, em referência às reformas econômicas do governo.

Meirelles, que mostrou indicadores antecedentes em alta, como a produção de papelão, disse que a melhora da indústria no fim do ano passado arrefeceu a queda do PIB industrial em 2016.

O ministro citou ainda o trabalho do governo no desenvolvimento de medidas microeconômicas que elevem a produtividade do País. “Brasil está em uma das piores situações das últimas décadas no ‘doing business'”, afirmou. “Quanto maior a capacidade de produzir, maior a renda per capita”, disse, citando estudo do Banco Mundial. “Governo só tem dois anos, temos de acelerar”, acrescentou, em relação à aprovação das medidas.

O ministro elogiou também o trabalho do Banco Central e disse que, com a inflação em processo de desaceleração e o alto nível de ociosidade da economia, é normal que os juros sejam reduzidos para dar impulso à atividade econômica. “A política monetária está funcionando muito bem”, afirmou o ministro, durante reunião do Conselhão, que ocorre no Palácio do Planalto.

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