O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que uma combinação de políticas dos EUA, economia europeia e câmbio fixo na China levou a grandes distorções nos mercados de câmbio. Em discurso durante a conferência Hedge Funds Latam 2010 em Miami, Meirelles afirmou que taxas de juro historicamente baixas nos EUA e o afrouxamento quantitativo adotado pelo Federal Reserve (Fed, banco central) norte-americano geraram muita liquidez, enfraquecendo o dólar diante de outras moedas. Ao mesmo tempo, há um excesso de liquidez fluindo para países como o Brasil, à medida que problemas de dívida na Europa têm pressionado o euro para baixo e a China continua a controlar sua moeda.

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Para o presidente do BC, essa situação se torna mais complexa quando vários países começam a tomar medidas para proteger seus próprios mercados. “Isso pode gerar distorções tremendas. Acho que isso é um problema sério”, acrescentou, destacando que “todos deveriam deixar suas moedas flutuarem”.

Meirelles disse ainda que o BC está tomando medidas para evitar que a liquidez financeira leve a uma alavancagem excessiva na economia brasileira e para prevenir bolhas de ativos. Além de realizar dois leilões de compra de dólares por dia, o Banco Central elevou sua taxa básica de juros recentemente para 10,75%. “Isso não é necessariamente o teto”, disse Meirelles, sem dar qualquer indicação sobre o prazo de possíveis novos apertos.

Sobre o recentemente lançado fundo soberano do Brasil, o presidente do Banco Central disse que sua política de investimentos ainda não foi decidida. “Houve apenas uma reunião do conselho”, acrescentou.

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Ele também disse que as autoridades monetárias brasileiras estão trabalhando na adoção do acordo de regulamentação financeira Basileia 3 e monitorando todos os tipos de risco de crédito no País. As informações são da Dow Jones.