O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que os países do G-20 começaram a entrar em acordo sobre as prioridades para o Fórum de Estabilidade Financeira (FEF) que darão “direcionamento mais rápido” às questões de mudança normativa e maior tranquilidade para a retomada dos mercados. Na noite de ontem, Meirelles participou de reuniões com ministros das Finanças e banqueiros centrais realizadas no Departamento do Tesouro e também no Federal Reserve.
Na reunião do G-20 que aconteceu no início do mês em Londres, uma das decisões havia sido ampliar o FEF para englobar todos os membros do grupo. Na reunião de ontem, em Washington, foram discutidos o papel do FEF, da Basileia e do FMI, além de como os próximos passos devem ser estruturados, “com o Brasil participando com um papel importante no FEF, e a China também entrando”.
No jantar de ontem, foram definidos três pontos de ação para os órgãos envolvidos. “No caso dos BCs, a questão regulatória é muito importante, não só visando a prever crises futuras, mas uma estrutura regulatória que dê confiança para que o mercado volte a atuar normalmente. Não é apenas uma questão de longo prazo, mas de curto prazo também. Para que os mercados se normalizarem é importante que haja confiança na estrutura regulatória, o que não é o que existia no passado”, ponderou ele.
Os presidentes também discutiram questões ligadas ao sistema financeiro americano e, de certa maneira, o europeu. O foco das conversas foi que “a crise tem de ser resolvida aqui (EUA), na sua origem, para que o resto do mundo possa continuar um processo de recuperação, normatização e normalização”. Os banqueiros centrais do G-20 também discutiram, acrescentou Meirelles, a questão das organizações multilaterais”. Também foi discutido, “evidentemente, a reforma do FMI e Banco Mundial de maneira que possamos de fato ter um Fundo que não só tenha recursos como também tenha nova estrutura de poder”.
O encontro mostra de forma mais clara a importância que o G-20 vem adquirindo como fórum de decisão. Hoje, já está bastante evidente que as decisões de impacto sistêmico no mundo hoje não podem ser tomadas apenas no âmbito menor sem a inclusão das economias emergentes. Por isso, esta reunião é consolidação da importância do G-20 e é consolidação de uma metodologia de trabalho já dentro do novo papel deste grupo.