O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a dizer nesta terça-feira, 21, que a equipe econômica ainda não tem cálculo sobre a economia que o novo texto da reforma da Previdência trará aos cofres públicos, em comparação com a redução de gastos prevista no projeto original.
“A economia com a reforma tem que ser substancialmente superior a 50% da economia estimada inicialmente. Não temos o número ainda porque estamos em fase final de ajustes ao texto”, afirmou Meirelles, ao chegar para audiência pública conjunta entre diversas comissões da Câmara dos Deputados.
Segundo ele, o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA) está concluindo o novo texto para ser apresentado. “Vamos conversar com os parlamentares e a aguardar as negociações finais para a aprovação do texto”, afirmou o ministro. “O acordo nas suas linhas gerais basicamente já está feito”, completou.
Questionado se uma votação da reforma pelo Senado apenas em março do próximo ano não seria muito tarde, o ministro afirmou estar tranquilo sobre a apreciação do texto pelos senadores no começo de 2018.
“Acredito que, se a reforma da Previdência for aprovada na Câmara ainda este ano, teremos dado um passo decisivo. Aí, o Senado, acredito que se focará de uma maneira importante. A mensagem será muito boa pra todos”, respondeu.
Meirelles também avaliou que a votação da reforma da Previdência na Câmara não deve atrapalhar a votação das medidas de cortes de gastos e aumento de receitas encaminhadas pelo governo para ajudar no orçamento de 2018.
“A reforma deve ser o próximo item importante em votação, mas as medidas para o orçamento do próximo ano serão analisadas em paralelo. São projetos diferentes”, afirmou. Ele ainda comentou que a existência do Teto de Gastos foi muito importante para confecção do orçamento do próximo ano.
O ministro tornou dizer que a economia voltou a crescer e que o País saiu da maior recessão da sua história. “Não há mais dúvidas sobre o crescimento do Brasil. Empregos já estão sendo criados, o que evidencia o acerto dessa política econômica”, alegou. “A criação de emprego é a melhor política social. É melhor ganhar um bom salário do que ganhar um Bolsa Família”, acrescentou.
Meirelles ainda comentou o relatório divulgado nesta terça-feira, 21, pelo Banco Mundial que traz sugestões polêmicas, como o fim do ensino superior gratuito, o fim do Simples para as empresas e a unificação de programas sociais. “Vamos examinar o conjunto de sugestões do Banco Mundial e olhar essas sugestões dentro da economia e da sociedade brasileira para verificarmos o que é adequado e possível”, concluiu.