Meirelles diz que questão inflacionária está sob controle

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu nesta terça-feira (13) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o aumento dos juros básicos da economia brasileira (taxa Selic) decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no mês passado. Ele apresentou dados recentes de uma série de índices de inflação, todos com tendência de alta. Meirelles usou os números para explicar aos senadores os motivos que levaram o BC a subir os juros. "Os dados mostram que o BC deveria atuar e o BC agiu a tempo", disse. "A mensagem principal é que a questão inflacionária está sob controle.

Entre os focos de preocupação de Meirelles, ele observou o aumento dos preços nos setores agrícola e industrial, que geram riscos de repasse para o varejo. Outro foco é o aumento dos preços no atacado sem a inclusão dos alimentos, que nos últimos 12 meses subiram mais de 6%. "Por isso, o BC precisa ficar sempre alerta.

O presidente do BC também apresentou a evolução da expectativa de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008 e 2009. Os dois números têm subido consistentemente desde o final do ano passado e a projeção para 2008 já ronda os 5%. "Mesmo com a alta, os números ainda estão consistentes com a meta. É importante o BC tomar atitudes para que os números continuem dentro da meta", afirmou Meirelles, ao lembrar que a inflação baixa "é um dos compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a nação". O centro da meta de inflação é de 4 5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo.

O presidente do BC observou ainda que apesar das expectativas do mercado sobre a inflação estarem subindo há alguns meses, não há sinalização de que os agentes financeiros esperam qualquer descontrole dos preços. "Isso mostra que os brasileiros acreditam na atuação do Banco Central e revela a confiança do mercado de que o BC agiu e vai continuar agindo.

Estabilidade

Meirelles afirmou que a estabilidade econômica vista atualmente no Brasil reduz a amplitude dos ciclos de aperto monetário, como o iniciado no mês passado pelo BC. "No passado, os ciclos de aperto eram diferentes. Mas hoje, com a economia estabilizada, a necessidade de aperto monetário tem outra amplitude. A escala é menor e o patamar é menor", afirmou.

Aos senadores, Meirelles apresentou a evolução da taxa Selic desde 2001 e, em um gráfico, apontou os momentos de aumento de juros desde então, que, em algumas das situações, registraram elevações da Selic de mais de 5 pontos porcentuais num ciclo. "Hoje estamos caminhando para a normalidade. Isso é uma boa notícia.

Meirelles também avaliou que, apesar da tendência de alta dos juros futuros observada nos últimos meses, o patamar dessas taxas está em níveis "historicamente baixos".

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