economia

Meirelles diz que processo de redução da dívida das empresas está completo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira, 30, que o ciclo de desalavancagem (redução da dívida) da economia chegou ao fim.

Ao participar de seminário do Credit Suisse na zona sul da capital paulista, o ministro apresentou números que mostram que a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa das empresas recuou até se estabilizar num nível de 2,6 vezes desde março do ano passado.

Meirelles lembrou que o aumento do endividamento de empresas e famílias durante a recessão atrasou o processo de recuperação econômica. Mas agora, como as empresas mostram maior equilíbrio financeiro, os investimentos dão sinais claros de retomada.

Ele reafirmou em sua fala que o crescimento econômico se espalhou pelos setores e que a correlação entre retomada da confiança e aumento do consumo indicam uma tendência de crescimento cada vez mais forte da atividade econômica até o fim do ano.

Previdência

Meirelles reiterou no evento a expectativa de que a reforma da Previdência seja votada e aprovada no mês que vem.

Após mostrar, em gráfico, que o regime que estabeleceu um teto aos gastos públicos não seguirá em pé sem a reforma, Meirelles disse ver consenso no Congresso de que as finanças públicas ficarão inviáveis sem a mudança nas regras das aposentadorias.

Apesar disso, reconheceu as dificuldades em conseguir apoio à matéria. “Mudar a Constituição não é trivial, é difícil”, comentou Meirelles durante seu discurso.

O titular da Fazenda ressaltou que os que ganham os maiores salários serão as mais afetados pela reforma, lembrando que as pessoas de baixa renda já se aposentam hoje por idade e não pelo tempo mínimo de contribuição (35 anos) que permite as aposentadorias precoces.

Ele comentou que as regras de transição da reforma permitem a aposentadoria com 55 anos. “Essas pessoas que estão se aposentando com 65 anos vão se aposentar, na verdade, mais cedo”, salientou Meirelles.

Ao ressaltar as distorções do sistema previdenciário brasileiro, o ministro também observou que, enquanto no México as pessoas se aposentam com 72 anos, no Brasil, a idade média de aposentadoria é de 59,5 anos.

Privatização da Cedae

Meirelles classificou como “inexorável” a privatização da Cedae, empresa de saneamento do Rio de Janeiro. A venda da estatal foi uma das condições aceitas pelo Estado para entrar no Regime de Recuperação Fiscal e receber um empréstimo para saldar salários devidos a servidores.

“A lei foi aprovada e o empréstimo foi aprovado com condições restritas”, comentou Meirelles ao ser questionado no seminário se o governo do Rio de Janeiro estaria mostrando resistência à venda da companhia.

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